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CARLA ZAMBELLI DEIXA O BRASIL APÓS CONDENAÇÃO E DIZ QUE VAI PEDIR LICENÇA DO MANDATO
Por Henrique Sampaio
Publicado em 03/06/2025 11:03
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Deputada foi condenada a 10 anos de prisão por invasão ao sistema do CNJ; alegando motivos de saúde, ela afirma estar fora do país para tratamento médico

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) confirmou nesta semana que deixou o Brasil e está no exterior há alguns dias. Em uma transmissão ao vivo em suas redes sociais, a parlamentar afirmou que viajou em busca de tratamento médico, e que irá solicitar licença do mandato na Câmara dos Deputados.

"Queria anunciar que estou fora do Brasil já faz alguns dias. Eu vim, a princípio, buscando tratamento médico que já fazia aqui, e agora vou pedir para que eu possa me afastar do cargo. Tem essa possibilidade na Constituição", declarou Zambelli. A deputada ainda mencionou o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que em 2023 também tirou licença do cargo, como exemplo da legalidade do procedimento.

O anúncio ocorre menos de três semanas após a parlamentar ter sido condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão por envolvimento na invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2023. A pena inclui detenção em regime inicial fechado, além de multa e perda do mandato. A decisão ainda cabe recurso, mas já impôs a suspensão de seus direitos políticos.

Segundo informações da imprensa nacional, a defesa de Carla Zambelli afirma não saber para onde ela foi, o que aumenta as especulações sobre a real motivação de sua saída do país. Até o momento, o Itamaraty e a Polícia Federal não se pronunciaram sobre eventual pedido de extradição, nem se há notificação internacional sobre sua localização.

A situação gera debate entre juristas e parlamentares. Alguns alegam que o pedido de licença pode ser uma manobra para evitar o cumprimento da pena, enquanto aliados da deputada sustentam que sua saída foi motivada unicamente por questões de saúde.

Zambelli, que é uma das principais figuras do bolsonarismo na Câmara, vinha sendo alvo de investigações desde os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 e já figurava entre os parlamentares com maior número de ações no STF.

 

A permanência da deputada fora do Brasil, em meio à condenação e ao silêncio sobre seu paradeiro, acirra ainda mais a crise institucional entre o Legislativo e o Judiciário — e levanta dúvidas sobre o futuro político de uma das figuras mais polêmicas da atual legislatura.

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