As atividades se iniciaram sexta-feira (13) composta por acolhidas, credenciamentos, palestras, debates e apresentações culturais.
“Que possamos ter acesso aos movimentos de grêmio estudantil, com alunos que fazem cultura, arte, desporto, manifestações e política. Assim, seremos cidadãos do mundo que transforma a região em que vivemos”, declarou o reitor Roberto Brandão durante a abertura do II Encontro de Estudantes do IFMA, sediado em 2017 pelo Campus Imperatriz que, entre os dias 13, 14 e 15 de outubro, acolhe mais de trezentos alunos, formando 24 delegações vindas das cidades de Alcântara, Codó, Coelho Neto, Rosário, Pinheiro, São Luís – Monte Castelo, São Luís Maracanã, São José de Ribamar, Viana, Santa Inês, Açailândia, Porto Franco, Zé Doca, Pedreiras, Grajaú, Buriticupu, Caxias, Bacabal, Barreirinhas, Barra do Corda, São Raimundo das Mangabeiras, São João dos Patos, Timon e Imperatriz.
A abertura oficial aconteceu na noite desta sexta-feira, 13, composta por palestras, debates e apresentações culturais, abordando temas que tratam da expansão, inclusão, saúde e diversidade, vistos de forma mais ampliada pelos alunos e demais participantes.
“Quando trazemos o aluno para o debate, damos a ele ferramentas para as críticas e falar de educação, abrindo a instituição para uma postura política. Precisamos despertar cada vez mais em nossa juventude anseios de liberdade para que não adentrem o mundo do trabalho sem uma concepção de movimento estudantil”, completou o reitor.
Dentre os vários temas desenvolvidos no Encontro, destacou o conhecimento político como algo atrelado a cada um dos presentes, afirmando ser com esta ferramenta que o IFMA, e seus mais de 40 mil alunos, irá fazer a diferença nas regiões onde está inserido. “Nossa intenção é encontrar – de mãos dadas – soluções para os problemas. Assim como tivemos a carta de Codó, queremos também a de Imperatriz, onde vocês vão nos informar sobre onde deveremos atuar para melhorar a escola”. Como presidente do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) demonstrou o interesse em repassar aos reitores a importância de ouvir os estudantes e trazê-los para o debate. “São as respostas de vocês que irão nos auxiliar a buscar melhorias para cada campus”.
A mesa de abertura também foi composta pela psicóloga do Campus Imperatriz, Renata Trovão, que incentivou a formação de vínculos a partir do conhecimento. “Imperatriz abraça cada um de vocês, sejam bem-vindos”, complementou o diretor do campus anfitrião, professor Saulo Cardoso.
“É com muita honra que promovemos este evento, formado por um público renovado”, expressou a Diretora de Assuntos Estudantis do IFMA, Dayse Araújo. Ao falar diretamente aos alunos, afirmou que valores morais, éticos e afetivos estão se perdendo.“Mas questionamos: podemos mudar? Por meio da adequação de palavras como expansão, saúde, inclusão e diversidade, sim podemos e queremos mudar, queremos um IFMA diferente pois somos nós que o fazemos”.
Em nome do presidente do Grêmio Estudantil Paulo Freire, Italo Araújo, também ali presente, a pró-reitora de Ensino, Ximena Paula Bandeira, solicitou aplausos para todos os protagonistas do Encontro. “Temos aqui lideranças fortalecidas e comprometidas com uma formação cidadã. É assim que fazemos do IFMA uma instituição de referência e que faz a diferença. Que seja um grande encontro”, desejou.
Ainda nesta mesma noite o professor Paulo Roberto Jesus, diretor de Educação Superior da Pró-reitoria de Ensino, falou sobre IFMA: uma escola de todos e de cada um. Para a plateia fez uma retrospectiva da instituição, mostrando sua missão, visão e valores. “Ética, inclusão social e cooperação são valores que precisam perpassar a nossa existência institucional. É preciso acreditar que pode haver mudanças e ter a esperança que se movimenta, cultivando a cultura de amor ao próximo, em um ambiente de diferenças.”
Ao final, os alunos do Campus Açailândia apresentaram a performance cultural denominada “Filhas do tempo”. Demonstraram, através da dança, o processo de expansão da terra, a diversidade dos povos, a necessidade de preservação ambiental, de inclusão, alertando ainda sobre o preconceito e desigualdades sociais.
Recepção
O primeiro dia do II Eneifma foi marcado por credenciamentos, ensaios para a abertura, além da chegada das delegações.
A expectativa de alunos como Pedro Henrique das Neves, estudante de Eletromecânica do Campus Imperatriz, são as melhores possíveis. Na equipe de apoio do evento, ele lembra que participou do I Eneifma, no Campus Codó. “Foi uma experiência única, a partir da qual me inseri no movimento estudantil”. O movimento é visto pelo aluno como um meio para auxiliar as futuras gerações a lutar pela melhoria da atual conjuntura política que assola o país.
Para Isabele Samara Mendes, aluna de Marketing do Campus Pinheiro, o Eneifma proporciona o conhecimento de outras realidades. “Acho que todo estudante tem vontade de lutar por uma escola melhor, pois a educação ainda não alcançou todos os âmbitos sociais, e nós queremos lutar por isso”, diz a aluna, já inserida no alojamento e auxiliando na sua organização.
Consciência política
Como parte da programação – antes da abertura oficial – um grupo de alunos formado por presidentes de grêmios estudantis e Conselhos de Representantes de Turmas, tiveram um encontro com o reitor Roberto Brandão, a pró-reitora de Ensino, Ximena Paula Bandeira e a Diretora de Assuntos Estudantis, Dayse Araújo. Na ocasião, priorizaram um diálogo com os estudantes para definir diretrizes relacionadas à qualidade das aulas, da estrutura das escolas e do ensino de um modo geral.
Italo Araújo, presidente do Grêmio Estudantil, deu as boas-vindas aos colegas. “É uma honra recebê-los. Muitos participaram do encontro em Codó e estamos aqui para dar continuidade a este espaço de interação e questionamentos, disse, ao fazer uma retrospectiva de sua vida acadêmica, onde ressaltou a necessidade de se buscar o entendimento. O representante da Associação Maranhense de Estudantes Secundaristas, Arthur Mendes, destacou o momento como de total democracia para a melhoria da Rede Federal.
Como reitor, o professor Roberto Brandão recordou que este é o primeiro ano de sua segunda gestão. Ao fazer uma retrospectiva de sua vida acadêmica evidenciou, junto ao grupo de alunos, que enquanto gestor não é possível esquecer sua formação política, visto que vem de uma geração contrária aos movimentos estudantis. “Defender estudantes em tempos de ditadura era uma situação complicada. Como professor e servidor público devo parte de nossas ações a esta formação acadêmica. Apoio isso para que vocês sejam alunos completos – trazemos esta bandeira”, realçou Roberto Brandão, acrescentando que no IFMA são milhares de pessoas recebendo conhecimento e é preciso que a formação política faça parte deste processo. “A finalidade de reivindicar é de vocês. Sejam multiplicadores da política estudantil, com representatividade de liderança frente às turmas e aos grêmios ”, aconselhou.