O Maranhão está entre os estados atingidos pela megaoperação Poço de Lobato, deflagrada nesta quinta-feira (27) para desarticular um dos maiores esquemas de sonegação e lavagem de dinheiro já investigados no país. A ação mira 190 investigados ligados ao Grupo Refit e a uma ampla rede empresarial suspeita de provocar um rombo estimado em R$ 28 bilhões aos cofres públicos.
A operação mobiliza forças estaduais e federais — incluindo Receita Federal, serviços fazendários e Polícias Civis — e ocorre simultaneamente em cinco estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Distrito Federal e Maranhão.


Maranhão na rota do esquema
Segundo as investigações, o Maranhão estaria inserido como um dos principais eixos logísticos do grupo, tanto na entrada quanto na redistribuição regional de combustíveis. Empresas sediadas no estado teriam participado de etapas fundamentais do esquema, como:
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Circulação de combustíveis sem o devido recolhimento de impostos;
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Emissão de notas fiscais frias;
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Movimentação de recursos por meio de holdings e offshores para ocultar patrimônio;
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Uso de fintechs e fundos de investimento para mascarar transações e dar aparente legalidade ao retorno do dinheiro ao país.
As autoridades afirmam que o grupo utilizava estruturas empresariais sofisticadas para dificultar o rastreamento dos valores e driblar a fiscalização, criando um ciclo contínuo de fraudes.
Ação coordenada e de grande impacto
A Poço de Lobato representa uma das ações mais amplas contra crimes financeiros na cadeia de combustíveis. A mobilização simultânea em diversos estados reforça o alcance nacional do esquema, que vinha operando há anos e gerando prejuízos bilionários na arrecadação de impostos.
As equipes continuam cumprindo mandados, coletando documentos e realizando apreensões que devem aprofundar a responsabilização dos envolvidos.
A investigação segue em andamento e novas informações poderão ser divulgadas ao longo dos próximos dias.