Das mais de 90 variantes da Covid- 19 que circulam atualmente no país, quatro foram registradas no Maranhão. O mapeamento foi realizado pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Maranhão (Lacen-MA), em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Novas mutações do vírus SARS-CoV-2 são esperadas. Isso é um comportamento comum. Porque, à medida que o vírus se espalha, ele pode sofrer muitas modificações genéticas. Dessas mutações podem surgir novas variantes, linhagens e cepas.
Segundo o diretor geral do Lacen-MA, Lídio Gonçalves, esses dados são referentes ao mês de fevereiro. “ Já estamos analisando as amostras do mês de março, para sabermos se esses números se mantiveram ou se essas prevalências aumentaram. O esperado é que tenha aumentado a prevalência da P.1, visto que ela vem crescendo desde o mês de janeiro”, alerta o diretor do Lacen.
De acordo com o levantamento realizado pelo Lacen – Ma, cerca de 73 amostras foram enviadas para análise e 70 apresentaram mutação. Segundo a análise, a principal variante que circula no estado é a P.1. A estimativa do laboratório é que esta linhagem seja responsável por mais de 60% das infecções por Covid-19. Esta é considerada Variante de Atenção (VOC) registrada inicialmente em Manaus (AM) e identificada no Maranhão na primeira quinzena de janeiro.
As três outras variantes registradas foram identificadas como Variantes de Interesse (VOI) e apresentaram menor prevalência, ou seja, um percentual menor de contágio. Uma delas é a P.2, que teve origem no Rio de Janeiro e já circula em todo o país desde o ano passado, com prevalência de 13,8% no estado.
Outra variante é a N.9, que também já está em circulação em praticamente todo o país e no Maranhão apresenta atualmente a incidência de apenas 5,5%. Além destas, há a mais recente descoberta, a variante N.10, identificada inicialmente no estado do Maranhão e com recentes registros de casos no Amapá. A N.10 já apresenta uma prevalência de 19,4%.
Variante
A variante pode ser entendida como o vírus que mudou durante seu processo de replicação. Quando essa mudança (mutação) começa a aparecer muitas vezes, os especialistas fazem o sequenciamento do genoma. Se essa mudança se “fixa”, isso configuraria a variante do vírus anterior. O vírus ancestral (ou original) pode ter várias variantes, cada uma com uma modificação diferente.
Quanto mais o vírus circula – é transmitido de uma pessoa para outra, mais ele faz replicações, e maior é a probabilidade de modificações no seu material genético. Em outras palavras, quanto mais o vírus circula, maior é a probabilidade de surgirem novas variantes dele.
VIA MA10