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Jucá, Eunício, Lobão: MDB tem quedas marcantes de caciques no Senado
08/10/2018 17:37 em Nacionais

Uma extensa lista de cacique políticos do MDB no Norte e no Nordeste perderam suas vagas no Senado a partir de 2019. Em muitos casos, eles acabaram surpreendidos por votações bem abaixo do que apontavam as pesquisas.

Foi o caso do presidente do Senado, Eunício Oliveira, que em uma grande surpresa foi derrotado no Ceará por um nome dado como fora do páreo nos levantamentos até a véspera da eleição: o ex-presidente do Fortaleza Esporte Clube, Eduardo Girão (PROS). A outra cadeira do Estado ficou com o ex-governador Cid Gomes (PDT).

Eunício era segundo colocado nas pesquisas até o levantamento de sábado (6) do Ibope, com 25% das intenções de voto –15 pontos a mais que Girão.

Outro medalhão, o presidente nacional do MDB, Romero Jucá, já sabia que teria vida difícil em Roraima e acabou não sendo reeleito em uma disputa apertada –onde ficou atrás por menos de 500 votos de Mecias de Jesus (PRB). Pelo estado assumirá também, em 2019, Chico Rodrigues (DEM).

No Maranhão, o senador Edison Lobão dará adeus à cadeira do Senado. Ele ainda viu, de quebra, o governador Flavio Dino (PCdoB) emplacar dois novatos no Senado na chapa na chapa concorrente: Eliziane Gama (PPS) e Weverton Rocha (PDT).

No Rio Grande do Norte quem perdeu a cadeira de senador a partir de 2019 foi Garibaldi Filho. No estado foram eleitos Capitão Styvenson (Rede) e Doutora Zenaide Maia (PHS).

Outro emedebista que era uma esperança do partido para o Senado era o ex-governador de Sergipe, Jackson Barreto –que renunciou ao cargo em março, mas acabou ficando apenas em quinto lugar, atrás dos eleitos Delegado Alessandro Vieira (Rede) e Rogério Carvalho (PT) e dos não-eleitos André Moura (PSC) e Valadares (PSB).

Para o cientista político e professor do Departamento de História da UFMA (Universidade Federal do Maranhão), Wagner Cabral, a queda de caciques que pareciam eternos na política veio na onda antipolítica tradicional.

“A primeira impressão é que, se de um lado o PT perdeu em uma série de lugares, esses caciques do MDB também perderam num mesmo movimento: a onda a favor de Bolsonaro na reta final do primeiro turno. Isso veio do sentimento antipolítica dos últimos anos. Esse sentimento encarnou em Bolsonaro –que elegeu filho, várias figuras desconhecidas ligadas a ele–, mas também trouxe um voto antissistema e antipolítica”, avaliou Cabral.

Os eleitos

Na lista de medalhões no Norte e Nordeste, alguns se mantiveram no poder. Renan Calheiros (AL), Eduardo Braga (AM) e Jader Barbalho (PA) conseguiram se reeleger neste domingo. Ao todo, sete senadores do MDB foram eleitos nos estados do Norte e Nordeste.

Um nome forte do partido que retorna ao Senado após quatro anos na Câmara dos Deputados é Jarbas Vasconcelos, eleito por Pernambuco junto com o petista Humberto Costa.

O emedebista e ex-ministro da Saúde de Dilma Rousseff, Marcelo Castro, foi eleito pelo Piauí e desbancou o favorito à segunda vaga, o ex-governador Wilson Martins (PSB). Ciro Nogueira (PP) ficou com a primeira vaga.

Já o ex-governador de Rondônia, Confúcio Moura, garantiu a segunda vaga ao Senado do estado, assim como ocorreu com Márcio Bittar, no Acre.

Com informações do UOL

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