A partir de hoje a Rádio Sertão Web fará uma série de entrevistas com os pré-candidatos a vereador, aqueles que irão se candidatar pela primeira vez, por isso a série se chama as “ Caras Novas”. A primeira entrevista e com a pré-candidata Ana Paula Pavan, filada ao PDT.
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RSW - Quem é Ana Paula?
Ana - Sou Ana Paula de Sousa Crispim Pavan, casada com Luís Alberto Pavan, tenho 2 filhos e resido na Rua Santos Sobrinho em São João dos Patos
Sou pedagoga formada pela Universidade Estadual do Maranhão – PROCARD-, fui aprovada no concurso público na área da educação onde trabalhei durante dez anos.
Enfermeira graduada pela Faculdade de Ensino Superior de Floriano- FAESF
E desde 2008, após ser aprovada no concurso público, venho prestando serviços como enfermeira no município de São João dos Patos, onde já trabalhei na Secretaria Municipal de Saúde e em várias Unidades Básicas de Saúde da nossa cidade, tanto na zona urbana como na zona rural.
Também no ano de 2015/ 2016 como professora facilitadora da ETSUS (Escola Técnica do SUS).
Escolhi o PDT por ser um partido de ideologia trabalhista, além de estar em ascensão em nosso país e também em nosso município.
RSW - Porque é pre-candidato a Vereadora?
Ana - Sou pré-candidata a vereadora porque vejo a participação feminina na política nacional e municipal, de fundamental importância para a reconstrução e crescimento de São João dos Patos, uma vez que a cidade encontra-se em estado de abandono por parte do poder Executivo municipal.
Acredito posso fazer a diferença, fazendo uma parceria com a comunidade para fiscalizar as ações do Poder Executivo, e contribuir de forma significativa, desempenhando a função legislativa de forma correta, que consiste em elaborar, apreciar, alterar ou revogar as leis de interesse para a vida do município. Se você faz o seu trabalho em parceria com a comunidade, você tem como cobrar do Executivo à aplicação correta dos recursos que vêm para o município, assim como os da arrecadação própria como, por exemplo, o IPTU, a Taxa de iluminação publica etc., já que ninguém melhor que a própria comunidade para saber dos problemas existentes e de maiores necessidade. Hoje o que se ver são práticas abusivas por parte de alguns vereadores que além de mudar instantaneamente de opinião logo que recebem uma gratificação extra por serviço normal prestado, que é ilegal, e de usar em benefício próprio; de não terem posição clara em sua trajetória política, estando sempre ao lado de quem estar no poder esperando algo em seu benefício, ou familiar, e não coletivo.
Sempre tive vontade de lutar em defesa da minha cidade e pelo direito das mulheres, que em nossa cidade amargamos índices de violência de várias formas ainda que não sejam divulgados.
A luta é também por todos os oprimidos! Creio que a luta política tem que ser diária, é muito mais que um momento eleitoral, e hoje me sinto preparada para desempenhar este papel.
RSW -Como sua atividade profissional poderá contribuir para que você desenvolva um bom trabalho, caso seja eleita?
Ana - A enfermagem é a arte de cuidar do ser humano individualmente, na família ou em comunidade. O profissional de enfermagem exerce suas atividades com respeito e competência, salvando vidas e cuidando da saúde da população sem discriminação de qualquer natureza.
Eu irei trabalhar em todas as áreas, mas meus olhos estarão voltados principalmente para a saúde pública uma vez que a cada dia cresce em nosso município a necessidade de atuação de pessoas de visão dos três os princípios doutrinários que conferem legitimidade ao SUS: Que é a universalidade, a integralidade e a equidade. A Enfermagem deve demonstrar também o seu papel e sua importância para a sociedade e para os pacientes. Saber mostrar às autoridades os ganhos da qualidade do serviço, da satisfação pessoal de cada funcionário, ocasionando maior rendimento que vão refletir diretamente na melhoria da assistência ao usuário do serviço. Mudando a prática rotineira de contratação em demasia de profissionais uma vez que o que se precisa é a valorização do profissional já habilitado existente. O que precisa ser feito, é adequar o atendimento voltado para a necessidade real do município.
Pretendo criar projetos de lei e fiscalizar a área da saúde para que a população marginalizada tenha acesso a serviços de boa qualidade. É sabido por todos que a saúde no município é muito carente, e nós precisamos mudar essa realidade.
RSW - Ainda como pré-candidata, já começou os trabalhos de base? Como estão os apoios? E quanto aos pré-candidatos à Prefeito, já decidiu quem vai apoiar?
Ana - A palavra-chave é contribuição. Muita coisa tem sido feita e vai além da minha área de atuação como enfermeira.
Alguns trabalhos individuais e coletivos foram realizados por mim com ajuda de algumas estimadas pessoas de forma silenciosa ao longo da minha trajetória. Se despontar aqui ou ali na cena política, não será por obra das redes sociais. Não sou apaixonada em vender propagada pessoal mentirosa. Muitos fazem de forma excessiva e eu acredito que o resultado tem sido negativo diante da avaliação da comunidade patoense.
A política oficial está numa frequência, eles em outra.
O apoio da minha família tem sido fundamental para a concretização deste sonho, precisamos do suporte familiar para termos forças, sermos ainda mais determinados e não perdermos o foco de nossos objetivos, minha família sempre me acompanha. Tenho recebido apoio de amigos e muitas pessoas que apostam em uma verdadeira mudança no Legislativo Municipal. Essas manifestações têm me deixado entusiasmada e ainda mais determinada para contribuir com minha querida cidade.
Em relação à pré-candidatura a prefeito, o meu partido PDT tem pré-candidato próprio, que é José Mário Alves de Sousa, por quem tenho admiração e total apoio pelo seu histórico político de luta incansável para melhorar a qualidade de vida do povo patoense, deixando seu legado de trabalho e dedicação, que transformou, durante sua gestão, São João dos Patos na melhor e mais admirada cidade do médio sertão maranhense.
RSW -Como você avalia este o atual momento político de nossa cidade?
Ana - Vejo com muita preocupação. A especulação de forma exacerbada de possíveis alianças políticas, tem tornado a cidade um caos! Todos os dias ouvimos através de alguns meios de comunicação notícias sobre o assunto que por muitas vezes nem mesmo os envolvidos estão por dentro da situação. A especulação política é uma forma de agradar a poucos, e prejudicar toda uma comunidade.
Acredito que muito de tudo isso é patrocinado e tem um único interesse que é desviar o foco desse mar de irresponsabilidade que o município se encontra hoje praticado pela gestão atual. Pesquisas apontam um alto índice de reprovação dessa gestão, que gira entorno de 70% e por isso tem gerado um desejo maior na corrida para as eleições que estão próximas. Por onde a gente anda o que vemos é uma cidade cheia de problemas e o que temos são obras inacabadas. Uma gestão totalmente amadora.
RSW - O que você sugeria se fosse convidado para colaborar com uma reforma política no nosso pais?
Ana - Sempre achei a reeleição abusiva, o fim da reeleição para Prefeitos, Governadores e Presidente da República, foi um passo muito importante que o País deu em sua trajetória política.
Ao fim do primeiro mandato, alguns tendem a abusar do poder político e a direcionar a máquina administrativa para conseguir um novo mandato. A solução foi acabar com a possibilidade de reeleição, e seguido de uma proposta que normalmente veio acompanhada com a do alongamento dos mandatos para cinco anos. A minha opinião inicial seria além de apoiar esta mudança ampliara-se para 06 anos, já que apenas quatro anos seriam insuficientes para o chefe do Poder Executivo por em prática seu plano de governo. Esta a meu ver foi à única forma de acabarmos com os “políticos profissionais”, que fazem da política não o instrumento de satisfação dos interesses gerais e comuns.
RSW – Quais projetos, caso seja eleita, você já teria para ser apresentado?
Há algum tempo venho observando que precisamos dar uma atenção especial para a saúde e educação do nosso município. Tive oportunidade de trabalhar em uma Unidade Básica de Saúde de São João dos Patos onde não existe estrutura mínima sequer para o acolhimento do paciente, sem falar na falta de material básico para a realização de um simples curativo.
Um Hospital Regional sem capacidade de atendimento e de baixa resolutividade nas ações desenvolvidas me chamou a atenção para a necessidade de elaborar projetos voltados para esta área.
Estou trabalhando um programa político para todas as áreas, o diferencial está na forma que eu penso a cidade de São João dos Patos que a população quer. E o ponto de partida será a melhoria da nossa saúde, educação pública, dando importância à valorização dos profissionais de educação e saúde que hoje recebem um dos salários mais baixos do Brasil.
RSW – Você tem discutido os problemas que afetam a sua comunidade? Quais são os prioritários?
Ana - Sim. Sempre participo em nossa cidade e por muitas vezes participei em outros estados, de fóruns, seminários, audiências públicas, congressos, palestras que por algumas vezes em São João dos Patos fui convidada para contribuir como palestrante na discussão de assuntos pertinentes aos problemas e agravos que prejudicam a saúde da população.
Os indicadores de saúde são fatos ou acontecimentos importantes para nos ajudar no diagnóstico de saúde da comunidade, possibilitando a intervenção de fatores de influência quando possíveis e necessários. O lixo hoje em nossa cidade é um problema gravíssimo. O que é preciso entender, é que, mesmo quando o lixo é recolhido pelos Garis, ele não tem destino final apropriado, apenas é levado para outro lugar sem as condições necessárias, causando sérios danos para a população. Por isso, este também será um problema prioritário.
RSW – Em sua opinião qual a relação que o vereador deve ter com o prefeito?
Ana - Primeiro é necessário saber como funciona a administração municipal? Qual a função do prefeito e do vice-prefeito? Para que serve a Câmara de Vereadores? Quais as responsabilidades dos parlamentares? Qualquer membro do Poder Legislativo que souber as atribuições e responsabilidades que lhes foram conferidas através do voto, tenho plena certeza que saberá na mais impar das situações qual será sua relação e conduta com o prefeito municipal. Os vereadores servem acima de tudo para representar a sociedade na Câmara. Os vereadores precisam estar mais próximos da população do que à prefeitura, disso eu não tenho a menor dúvida.
RSW – Qual sua opinião sobre a lei da Ficha Limpa. Ela tem realmente colaborado para diminuir a corrupção no pais?
Ana - Por todos os lados que se olhem, os sinais são de mudança profunda na estrutura política do país. A ficha limpa é para impedir que políticos condenados por crimes sejam candidatos, defendendo condenação desses por improbidade administrativa e inelegibilidade. Será esse o principio da moralização da política no Brasil? Devemos analisar que a lei da ficha limpa, nascida da iniciativa da população não pode ser o único instrumento para que a consciência do eleitor seja mais uma vez despertada para a campanha eleitoral que estar por vir, mas é o começo da reflexão individual a quem pretendemos dar nosso voto. Sou a favor da Lei da Ficha Limpa, sim, e devemos ir mais além.
Outro ponto muito importante é observar a conduta dos vereadores que em acordo político aceitam assumirem outros cargos de maiores remunerações e vantagens. Será que não estão traindo confiança dos eleitores que os elegeram para cuidarem do município onde estão domiciliados? Acredito que não seria ético esse tipo de atitude.
Pois bem, acredito que o combate à corrupção com certeza vai contribuir para a reestruturação do país. Precisamos estar atentos a tudo! O ficha limpa de hoje pode ser o ficha suja de amanhã dependendo de suas ações irresponsáveis e desenfreadas, é preciso que tenhamos muita cautela na hora de avaliar a nossa arma principal de combate à corrupção, que é o nosso voto.
Avaliemos tudo! Exatamente tudo!
RSW – Qual a importância de setores da comunidade serem representados no Legislativo?
Ana - Tenho certeza que é muito importante a participação da comunidade na gestão.
O orçamento participativo, por exemplo, é uma ferramenta valiosa. A necessidade de se planejar as ações antes de executar o orçamento é de grande relevância para o município, foi determinada através do Decreto-Lei nº 200/67. Muita gente não sabe, mas o cidadão comum pode ajudar diretamente a definir quais são as prioridades na aplicação dos recursos do orçamento de seu município. Nas cidades em que existe o orçamento participativo verdadeiro, a comunidade participa e o objetivo é assegurar participação direta destes, na definição das prioridades para os investimentos públicos. O orçamento participativo permite à população discutir o orçamento e as decisões sobre os recursos municipais e ficam compartilhadas entre os poderes Executivo, Legislativo e a população.
RSW – A sua atuação no Câmara vai depender de quem estará na prefeitura, ou não? Como será sua atuação?
De forma alguma.
O vereador independentemente de ter relação amigável ou não com o gestor, precisa estar preparado para discutir qualquer situação, precisa se posicionar seja qual for o projeto. Não podemos fugir de temas polêmicos para ficarmos em uma zona de conforto individual, temos que ter um direcionamento. Além das discussões e das articulações, temos que honrar com o que nos propusemos a fazer pela população. O que me chama muito a atenção no Legislativo Municipal hoje é ver que quando são feitos questionamentos sobre a má aplicação das verbas públicas por parte do executivo, alguns vereadores da base aliada ao governo municipal demonstram irritação e descontentamento, onde o correto seria fiscalizar as ações duvidosas e abusivas exercidas pelo Executivo.
Tenho plena convicção que não será fácil hoje, como pré-candidata, concorrer a uma vaga no legislativo municipal, mais tenho esperança no processo de consciência do eleitor, que hoje está mais politizado, e fé nas pessoas de bem que estarão ao meu lado.
RSW - – Como a crise política e econômica tem afetado as administrações?
Ana - Os problemas que o Brasil enfrenta hoje decorrem da incapacidade do País em reconhecer seus limites e de fazer escolhas, buscando acomodar as demandas dos diferentes grupos sociais que, quando agregadas, ultrapassam os recursos públicos disponíveis.
Todos nós sabemos que o País passa por um momento difícil, de cautela, onde todo município brasileiro foi afetado por uma crise financeira e também política. O meu ponto de vista em relação a São João dos Patos é que a gestão atual usa a crise como degrau para justificar ações irresponsáveis que não condizem com a verdadeira situação do país hoje.
A conta é simples: Se os recursos repassados pelo Governo Federal foram reduzidos, cortam-se os gastos supérfluos e direciona o que se tem para as prioridades. (Saúde, Educação, saneamento básico etc.) isto o todo mundo entenderia. Mais o que se ver aqui, por exemplo, são investimentos de contratação abusiva de funcionários, festas particulares, licitações milionárias para realização de eventos, tudo isso somado a falta de capacidade de administrar, a de diálogo com a comunidade e funcionários, a perseguição política também são componentes importantes que afetam a situação.
Conheço municípios de vários estados que cortou do orçamento o carnaval, como medidas para equilibrar as contas públicas e enfrentar a crise. A prova disso foi à quantidade de pessoas que vieram para o carnaval em nossa cidade e relatavam que em seus municípios a festa tinha sido cancelada pelos gestores como medida de enfrentamento da crise.
RSW – Como você está se preparando para ter realmente condições de desenvolver um bom trabalho, caso seja eleita?
Ana - No primeiro momento da minha pré-campanha, planejar é preciso. Tenho buscado fortalecer lideranças locais; estimular amigos para caminhar-mos lado a lado e abraçar o meu projeto; divulgar minhas idéias e as propostas para que a população conheça de fato a minha intenção como pré-candidata. Estou tentando constituir uma rede inicial de apoiadores com os mesmos objetivos.
Quero deixar claro que vou me empenhar o máximo para fazer valer a pena à confiança, que se Deus quiser, será me confiada com competência, responsabilidade, empenho, tudo em prol da população patoense. Peço à população que não desacredite na classe política, pois são exceções aqueles que não querem nada com o povo e que o próprio povo vai se encarregar de tirar da vida pública. Existem políticos que querem o melhor para seu povo. Acredito que posso contribuir na transformação da vida social do povo patoense. Eu peço que a população analise bem cada pré-candidato e procure ver sua história e suas intenções na política. Esse ano é de grande responsabilidade, ano difícil, mas de muitas vitórias e glórias para todos nós, é isso que eu desejo a todos.
RSW – Você é a favor de debate? Porque?
Totalmente. Sem sombra de dúvidas!
O debate é uma importante ferramenta para que os eleitores conheçam a proposta dos candidatos e também discutam ainda que minimamente os problemas da cidade e as possíveis soluções.
Os munícipes precisam conhecer o candidato a quem ele confiará o destino da nossa cidade nos próximos anos. Nesse aspecto, os debates políticos entre os candidatos são essenciais para o eleitor avaliar com clareza as propostas e as prioridades de cada candidato. Geralmente os temas são pautados nas demandas apresentadas pela sociedade, e neste momento conseguimos avaliar o compromisso desses candidatos com a sociedade. É neste momento que podemos refrescar nossa memória e lembrar-se de promessas feitas anteriormente, e das que não foram cumpridas após o candidato assumir o cargo.
Depois que sentam na “cadeira”, aí que vão notar que São João dos Patos não é um mar de rosas, mas que tem vários problemas de ordem econômica e social e passam a usar essas muletas para justificar a má gestão, que é inadmissível.