Entidade pede a saída imediata do atual presidente da Petrobras, Pedro Parente
Na noite desse sábado (26), a Federação Única dos Petroleiros (FUP) anunciou que a categoria petroleira fará greve nacional de advertência de 72 horas, a partir da próxima quarta-feira (30). Segundo a FUP, os trabalhadores do Sistema Petrobras iniciarão o movimento para baixar os preços do gás de cozinha e dos combustíveis, além de ser um protesto contra a privatização da empresa e pela saída imediata do presidente da Petrobras, Pedro Parente. De acordo com a Federação, Parente, “com o aval do governo Michel Temer, mergulhou o país numa crise sem precedentes”.
“A greve de advertência é mais uma etapa das mobilizações que os petroleiros vêm fazendo na construção de uma greve por tempo indeterminado, que foi aprovada nacionalmente pela categoria. Os eixos principais do movimento são a redução dos preços dos combustíveis, a manutenção dos empregos, a retomada da produção das refinarias, o fim das importações de derivados de petróleo, não às privatizações e ao desmonte da Petrobras e pela demissão de Pedro Parente da presidência da empresa”, declarou a FUP, em comunicado.
Ainda segundo a Federação, a atual política de reajuste dos derivados de petróleo, que fez os preços dos combustíveis dispararem, é reflexo direto do maior desmonte da história da Petrobras. A entidade culpa Pedro Parente e Michel Temer, “que intensifica a crise ao convocar as força armadas para ocupar as refinarias”. A Federação Única dos Petroleiros declarou que repudia enfaticamente mais esse “grave ataque ao Estado Democrático de Direito e exige a retirada imediata das tropas militares que estão nas instalações da Petrobras”.
Neste domingo (27), os petroleiros farão novos atrasos e cortes de rendição nas quatro refinarias e fábricas de fertilizantes que estão em processo de venda: Rlam (BA), Abreu e Lima (PE), Repar (PR), Refap (RS), Araucária Nitrogenados (PR) e Fafen Bahia. Já na segunda-feira (28), a FUP e seus sindicatos prometem realizar um Dia Nacional de Luta, com atos públicos e mobilizações em todo o Sistema Petrobras. A Federação afirma que os atos são para denunciar os interesses que estão por trás da política de preços de combustíveis, “feita sob encomenda para atender ao mercado e às importadoras de derivados. A gestão entreguista de Pedro Parente está obrigando a Petrobras a abrir mão do mercado nacional de derivados para as importadoras, que hoje são responsáveis por um quarto de todos os combustíveis comercializados no país”.
Ainda segundo o comunicado da entidade, “o número de importadoras de derivados quadruplicou nos últimos dois anos, desde que Parente adotou preços internacionais, onerando o consumidor brasileiro para garantir o lucro do mercado. Em 2017, o Brasil foi inundado com mais de 200 milhões de barris de combustíveis importados, enquanto as refinarias, por deliberação do governo Temer, estão operando com menos de 70% de sua capacidade. O povo brasileiro não pagará a conta desse desmonte”.