Desde o início da manifestação dos caminhoneiros na última segunda-feira (21), esgotou combustível nos postos de gasolina do município de Balsas, a 810 km de São Luís. Em todos os estabelecimentos as bombas estão desligadas e por isso, o transporte na produção agrícola está suspenso deixando centenas de caminhões graneleiros parados.
Com a paralisação, os caminhões-tanque que saem de São Luís estão parados nos bloqueios da BR-230. Em média, 400 caminhões deixam de ser carregados na região sul do Maranhão e nos últimos quatro dias pelo menos 50 mil toneladas de grãos deixaram de ser transportados para o porto do Itaqui na capital e para o terminal da ferrovia norte-sul em Porto Franco, a 700 km de São Luís.
Na BR-230 são três pontos de bloqueio, dois em Balsas e um em São Domingos do Azeitão, os caminhoneiros aguardam as negociações em Brasília, mas não dão prazo para encerrar o protesto.
O caminhoneiro Marco Grison que veio do Rio Grande do Sul para trabalhar na região maranhense, transporta soja de Balsas para o terminal de embarque da ferrovia norte-sul em Porto Franco e explica que com o preço atual do combustível em quase quatro reais faz com que 70% do que recebe com o frete seja gasto com o abastecimento. “Cada dia está mais difícil trabalhar, não aparece o lucro porque o caminhão consome tudo em óleo. Começou a paralisação e vamos ficar até o governo recuar e se não recuarem a greve vai continuar, a pressa para ir embora não existe mais, só queremos uma solução”, explica.
O caminhoneiro Saigon Medeiros que veio da Paraíba, afirma que existe uma grande diferença entre o que ganha com o frete e o que gasta com óleo diesel. “Eu gasto em torno de 1,600 reais de combustível, isso para nós irmos a fazenda e voltar para Porto Franco e o lucro que temos é de 800 ou até menos do que isso”, disse.