Atraída para uma cilada, após um bate-papo pelas redes sociais, uma estudante de 23 anos, moradora do Maranhão, no Nordeste, foi mantida em cárcere privado e violentada por seis dias, em um conjunto de favelas no Rio de Janeiro. O drama da jovem, que é mãe de uma criança de pouco mais de um ano, começou quando ela deixou uma cidade do interior do estado e foi para São Luís, na capital maranhense. De lá, ela pegou um voo para o Rio, onde chegou ao Aeroporto Internacional Tom Jobim, no último dia 14.
Mauro de Oliveira Siqueira, de 50 anos, que conheceu a vítima pela internet, buscou X. no aeroporto e a levou diretamente para uma casa de uma das comunidades da Reta Velha, em Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio. Segundo o delegado Vilson de Alemida Silva, da 71ª DP (Itaboraí), a mulher se recusou a fazer sexo com Mauro e passou a ser violentada.
— Eles apenas conversaram por um site de relacionamento. Mauro pagou as despesas com passagens para conhecê-la pessoalmente. Ela foi levada para a Reta Velha e, como não quis se relacionar com ele, passou a ser estuprada. Mauro também a impedia de sair da casa e a mantinha em cárcere privado — disse o delegado.
No último sábado, a jovem aproveitou um momento em que Mauro estava dormindo e teve acesso a um celular. X. passou uma mensagem pedindo ajuda para um parente, que estava em São Paulo. Ele acionou uma prima da vítima, que mora na Zona Norte do Rio.
Ela foi à 71ª DP, no fim da noite de sábado, e relatou o que havia acontecido com a jovem. Policiais iniciaram a investigação descobrir o endereço exato da casa onde a mulher era mantida em cárcere privado . Ao saber que a polícia estava prestes a invadir o conjunto de favelas, traficantes obrigaram Mauro a levar X. para a delegacia.
Ao chegar à unidade policial, já no domingo, ele foi preso. X. prestou depoimento e confirmou que vinha sendo violentada e impedida de deixar o local. Segundo o delegado, Mauro foi autuado em flagrante por crimes de estupro e cárcere privado.
Segundo o delegado, antes de ir ao encontro de uma pessoa desconhecida, com quem só havia feito contato pela redes sociais, é necessário ter uma série de cuidados.
— É bom sempre marcar em um local público, avisar a parentes do que está ocorrendo, e preferencialmente ir ao encontro acompanhado de uma pessoa de confiança — disse o delegado.
De acordo com a polícia, em caso de condenação, Mauro de Oliveira Siqueira pode pegar uma pena de até 13 anos de prisão. X. Já está na casa de um parente no Rio e deve voltar em breve para o Maranhão. (O Globo)