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Câmara dá posse a vice-prefeito em Alto Parnaíba, após prefeito ser afastado e ter bens bloqueados
Estaduais
Publicado em 04/04/2018

Por ordem da justiça, a Câmara Municipal de Vereadores de Alto Parnaíba, sul do Maranhão deu posse na manhã desta terça-feira, 03 de abril ao vice-prefeito Conrado Gomes dos Santos Júnior (PC do B) que assume o cargo no lugar do Prefeito Rubens Sussumu Ogasawara (PRB) afastado do cargo por uma decisão da juíza titular da comarca de Alto Parnaíba, Nuza Maria Oliveira Lima, determinou o afastamento do prefeito do município, Rubens Sussumu Ogassawara, cautelarmente, pelo prazo de 180 dias.

Ao assumir o cargo o prefeito empossado falou de sua preocupação em garantir o funcionamento dos serviços essenciais a população como saúde, transporte escolar e também da regularização dos tramites junto aos bancos para a realização de pagamentos dos servidores e fornecedores do município que já estão em atraso. 

"Minha preocupação maior é pagar a folha de pagamento que já está vencida, os fornecedores, fazer a prefeitura, regularizar os tramites junto ao banco", disse Conrado Júnior

Afastamento do prefeito – entenda o caso:
A decisão judicial se deu em ação popular, onde o autor afirmou que a Prefeitura de Alto Parnaíba firmou um contrato com a empresa Mocelin Comércio e Serviços. Desde então, o gestor teria sido visto frequentemente transitando pela cidade em uma caminhonete de propriedade da referida empresa. A parte requerente juntou diversas provas de que o veículo pertence a Gabriel Mocelin Neto, sócio-administrador da empresa, fato este que fere o princípio da moralidade, afirmando que Rubens e Gabriel mantém amizade de longa data.

Segundo a ação, no ano de 2017, a empresa citada recebeu da Prefeitura de Alto Parnaíba a quantia de R$ 661.422,30 mil, e que Rubens Sussumu possui estreita relação de amizade com o dono da empresa contratada. “Por qual motivo o dono de uma empresa contratada pelo município, recebendo valores grandiosos para a realidade local, disponibiliza um carro considerado luxuoso ao prefeito que o contratou?”, questionou o autor da ação.

O requerente afirmou ainda que o objetivo da ação é inibir práticas abusivas e imorais perpetradas pelo gestor municipal, afirmando que a conduta do atual prefeito de Alto Parnaíba incorre em suspeita de improbidade administrativa. Enfatiza, ainda, que existem várias denúncias sobre o uso de combustível da prefeitura no maquinário da fazenda do prefeito, bem como a contratação irregular de uma equipe de consultoria de São Luís. Para o requerente, faz-se necessário o afastamento cautelar do prefeito, haja vista a possibilidade de prejuízo à instrução processual caso ele não seja afastado.

A juíza entendeu pela necessidade do afastamento cautelar, já que a permanência do gestor no cargo representaria risco de atuação ilegal, como a probabilidade de continuação da dilapidação do erário por parte dos demandados e por receio de que o chefe do executivo possa vir a utilizar irregularmente a função que ocupa, como para a subtração ou alteração de documentos.

Além disso, também foi decretado a indisponibilidade dos ativos financeiros, bens móveis e imóveis, tanto do prefeito quanto da empresa Mocelin Comércio e Serviços e seu sócio-administrador, Gabriel Mocelin Neto, até o montante de R$ 661.422,30.

A decisão determinou, também, a suspensão do contrato administrativo assinado no ano passado entre o Município de Alto Parnaíba e a Mocelin Comércio e Serviços. A juíza fixou multa de R$ 30 mil para cada ato de descumprimento da decisão.

A magistrada ressaltou que se trata de medida eminentemente cautelar, com o objetivo de proteger o patrimônio público municipal e suspender a execução de contrato firmado com fins possivelmente diversos daqueles próprios da Administração Pública, buscando a garantia da instrução processual. “A ação popular é um instrumento de defesa de interesses coletivos e sua atuação visando o andamento, a regularidade da instrução processual, a eficiência e a qualidade do caderno probatório é função que comportam ao Ministério Público”, avaliou.

FONTE: DIÁRIO DE BALSAS

 

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