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Balsas comemora hoje, 22, 100 anos
Estaduais
Publicado em 22/03/2018

Nos 100 anos da cidade querida, o Diário de Balsas se orgulha em fazer parte da história da cidade mais acolhedora do Brasil, que recebendo pessoas de todos os lugares, construiu uma história peculiar de acolhimento e beleza que encanta a todos que passam e moram por aqui.

Com isso procuramos textos e compilações da História de Balsas, onde pode-se conhecer desde os primeiros habitantes, influências, pessoas e fatos importantes e denominações toponímicas entre outros importantes fatos que contribuíram para a formação do município.

Homenagem

Esta é uma homenagem que o Diário de Balsas faz a todos que vivem e são apaixonados por Balsas, a "Cidade Querida". Pois além de levar informação e notícias aos balsenses, queremos levar o nome de Balsas e principalmente dos filhos desta terra amada, que se destacam e contribuem para uma cidade melhor e mais próspera, para todo Brasil.

Convidamos nossos leitores a contribuírem, pois todos que passaram e que aqui vivem têm a sua grande marca na história de Balsas, todos os filhos da cidade e aqueles que chegaram aqui são peças fundamentais para a formação e construção da Cidade Querida.

Balsas Maranhão - Aniversário 100 anos

Início

A região foi formada por vaqueiros Nordestinos que fugindo da seca cruzaram o Rio Parnaíba e descobriram as terras do Maranhão, montando uma estrutura na Passagem dos Caraíbas às margens do Rio Balsas.

Os balsenses têm sua historia marcada de extrema beleza e importância, tendo em sua origem, um povo lutador e alegre que revive com orgulho as linhas vivas de suas conquistas.

As terras dessa região eram pertencentes a grandes fazendeiros que residiam na sede do município de Riachão, tendo como proprietários as famílias Coelho e o Tenente – Coronel Daniel Alves Rego. Como a ligação entre as fazendas eram realizadas somente por via fluvial, não tardou que se formasse ao longo do trajeto pequenos povoados.

Sabedor da existência do novo núcleo de população que aqui se formara, para cá se deslocou o baiano Antônio Ferreira Jacobina, mercador de fumo nos sertões.

Em 1879 foi edificada uma pequena igreja em homenagem a Santo Antônio, e em 1882 Vila Nova recebeu um novo nome, “Santo Antônio de Balsas” que posteriormente foi elevado à categoria de vila e de cidade, com a mesma denominação.


Igreja Matriz de Balsas Maranhão - Igreja de Santo Antonio

O Distrito foi criado em 1892, pela Lei Nº 15; e desmembrado do município de Riachão em 22 de Março de 1918 pela Lei Nº 775. Na ocasião figurava como Distrito de Santo Antônio de Balsas que pelo Decreto-Lei Nº 820 de 30 de Dezembro de 1943, passou a denominar-se “BALSAS”.

Abrangendo a História

No final do século XIX, havia um grande número de fazendeiros que possuíam fazendas tais como São José, Santa Isabel, Flor do Dia, depois denominadas Água Branca, Castelo, Brejo Grande às margens direitas do Rio Balsas.

Para as excursões às suas fazendas o ponto mais acessível era o Porto das Caraíbas, no Rio Balsas, pelo fato de haver um contínuo movimento de viajantes, patrões e vaqueiros da região.

Foi grande o interesse pelo local, vindo a despertar a presença do primeiro morador, o canoeiro José Pedro, que fazia as passagens no rio, onde estabeleceu uma pequena casa de comércio, em que vendia cachaça, rapadura, farinha de mandioca, milho e outros artigos de que necessitavam os viajantes.

Sabedor da existência de um novo núcleo de pessoas que se fixava no Porto das Caraíbas, no Rio Balsas, o baiano, Antônio Ferreira Jacobina, a Balsas chegou. Mercador de fumo, rabequista de um espírito comunicativo e folgazão, começou a atrair muitas pessoas para o local. Com isso, novos casebres foram se agrupando pelo ambiente de alegria encontrada, de salubridade, fartura e limpidez das águas do Rio Balsas.



Balsas Maranhão - Balsa sobre Rio Balsas

Vila Nova

Jacobina, ganhando a simpatia do povo com suas festanças e pagodeiras, tornou-se chefe do povoado, o qual denominou “Vila Nova”. Registra-se também, entre os habitantes de “Vila Nova”, o violeiro Marcos Pia, cantador e repentista, que tinha como mania conversar rimando as palavras.

Em maio de 1879, Vila Nova possuía duas ruas, o largo da pracinha, onde foi edificada uma pequena capela que tinha como santo de devoção Santo Antônio, e a outra que acomodava novos habitantes, algumas famílias cearenses, como Francisco Pedro de Farias, Minervino Satyro de Farias, Domingos Soares de Queirós (tangidos pelo flagelo da seca de 1877) e o negociante ambulante, José Pedro, que em um bote de sua propriedade, vendia sal, estivas, remédios e mercadorias em geral, trazidas do comércio de Teresina (PI) e negociadas com as famílias ribeirinhas, que recebiam, como forma de pagamento, peles de animais silvestres, couro de boi espichado, carnes secas e cereais.

Em 1892, assumindo a liderança política da região de Balsas, o Deputado Estadual, Padre Balduíno Pereira Maya, transforma-se em defensor do povo e de suas aspirações, com grande empenho pela autonomia administrativa de Santo Antônio.

A ideia de Maya se fixou e, em reunião do Congresso do Estado, em 1892, propôs, na Sessão Ordinária de 09 de Agosto do mesmo ano, o Projeto de nº 06, que elevava à categoria de Vila a Povoação de Santo Antônio de Balsas, e que ficaria sendo o 4º Distrito da Comarca de Riachão e sede do 2º Termo da referida comarca.

Em tramitação ordinária, o projeto é votado e transformado na Lei nº 15, de 07 de Setembro de 1892, devidamente sancionada pelo então Governador do Estado do Maranhão, Manuel Ignácio Belfort Vieira.

Em meados de 1815, o Sargento Alencar, viajante comprador de peles de animais na região do Alto Gerais de Balsas, teve todos os seus animais (cavalos e burros), que serviam de meio de transporte de suas mercadorias, acometidos de uma infecção, da qual morreram. Levado pela necessidade de voltar à sua cidade de origem adentrou–se aos brejos do sertão, colheu talos de buritis, construiu uma balsa, que serviu para transportar toda a sua mercadoria adquirida, até o comércio de Floriano e Teresina, ambas as cidades do Piauí.

As balsas serviram, por muito tempo, como meio de transporte para as famílias balsenses, estudantes, pessoas enfermas, e de mercadorias, como: cereais, côco babaçu, couro de boi, porcos, arroz, frutas e peles de animais silvestres.

Sabedora do grande fluxo de balsas pelas águas do rio, a empresa Oliveira, Pearce e Cia, dirigida pelo Coronel Pedro Tomás de Oliveira, na tentativa de conquistar definitivamente o Rio Balsas, chega a Vila de Santo Antônio de Balsas, no dia 26 de abril de l911.

No livro “Subsídios para História de Balsas”, Thucydides Barbosa descreve que foram dezessete dias de trabalho estafante, onde a tripulação, dotada de um poderoso guincho a vapor, ia removendo os tocos de madeira que obstruía o local e também decepando troncos e calharias marginais, que punham em perigo o novo pioneiro.

O gigante de ferro, com sua máquina a vapor e caldeira à lenha, flutuava sobre as águas do rio, enquanto os homens que faziam parte da expedição, com grandes esforços, sustentavam-se nas velhas gameleiras, para chegar àquela que mais tarde se tornaria a cidade de Balsas.

A partir de 11 de Julho de 1911, a navegação pelo Rio Balsas ficou, de fato, estabelecida. Suprindo de sal o sertão, fez-se deslocar para ali o eixo do comércio sertanejo.


22 de março de 1918

Com o contínuo movimento de balsas a vapor pelo Rio Balsas, o progresso acentuou-se e o deputado, Thucydides Barbosa, representante da Zona Sertaneja no Congresso Estadual, apresentou, na sessão legislativa de 1918, um projeto que foi convertido na Lei nº 775, de 22 de março de 1918, elevando a Vila à categoria de cidade, com a mesma denominação a atual, Vila de Santo Antônio de Balsas. Pela mesma lei, foi permitido o uso da palavra “Balsas”.

Rio Balsas

A cidade dá sinal de expansão, em face às necessidades e a vasta transação comercial com as Praças de São Luís (MA) e Piauí. Em 1919, estabelece-se a linha telegráfica na cidade, na administração de Enéas Reis.

Neste mesmo ano, criou-se a primeira Associação de futebol, a qual se denominou “Associação Esportiva Balsense”, cuja diretoria ficou assim constituída: Presidente: Thucydides Barbosa; Vice-Presidente: Mário Coelho; Secretário: Acendino Pinto e Tesoureiro: José de Carvalho Borba.

Fluxo de viajantes

Registra-se, também, no mesmo período, grande fluxo de viajantes vindos do Piauí e do Goiás.

Para melhor acomodação a estes vendedores, existia a “Pensão do Comércio”, de propriedade de Inácia Matos e Petronília Matos, que depois se transformara no tradicional “Hotel Santo Antônio”.

Primeira Escola Pública

Em 11 de maio de 1896, o Governo Estadual publicou o Orçamento Estadual para uma Escola Mista, exercício de 1897, com a importância de 840,00 réis anuais.

Na época, por intermédio do Governo do Estado do Maranhão, funcionava no Município a primeira escola pública, que recebia orientação e direção da educadora, professora Maria Justina Serrão, oriunda de São Luís (MA) e formada na Escola Normal do Estado.

A instrução pública toma novo impulso com a dedicação da mestra. Nasce a Escola Agrupada “Arthur de Azevedo”, que mais tarde transforma-se em Grupo Escolar Luiz Rêgo, onde se contava com grande empenho do Padre Clóvis Vidigal, vigário, e de seu auxiliar, Padre Cincinato Ribeiro, ambos à frente da Paróquia de Balsas.

Em 1926, o período econômico que vivia Balsas motivou a presença de sírios e libaneses na cidade, formando a colônia, através dos irmãos Bucar, Mamede Abdom e Salim, Elias Boabaid, José e Elias Kury e depois, Elias Alfredo Kury, libanês, Felipe Bucar, José Salim, Salomão Auad, José Vicente, Francisco Naisser e Elias Bonaisser, professor, que falava corretamente francês.

A colônia Sírio-Libanesa convida o talentoso professor, João Joca Rêgo, que, à época, iniciara com distinção os seus estudos no colégio Pedro II, no Rio de Janeiro (RJ).

Chegando a Balsas, fundou o “Instituto Sírio Brasileiro”. Com uma visão ampla a respeito dos métodos de ensino, associa-se ao professor Melquíades Moreira Ferraz e funda o Instituto “Gil Pires“. Mais tarde, com a colaboração de vários professores, surge o “Educandário Coelho Neto”.

Primeiro Jornal

Com o crescimento da população e a necessidade de se veicular os fatos e as notícias ocorridos na cidade e no sertão, Thucydides Barbosa, em 1925, cria o primeiro jornal impresso, denominado a “Evolução”, sob a direção de Ascendino Pinto, ex-repórter da “Província do Pará”, onde servia com o cargo de Diretor da Recebedoria de Parnaíba-Piauí, tendo como redator chefe, o jovem João Batista Pereira da Silva. O referido jornal teve vida efêmera.

No final de 1931, Thucydides Barbosa organizou a primeira Empresa Tipográfica de Balsas, o “Jornal de Balsas”.

Em 27 de Janeiro de 1932, era editado o primeiro número do “Jornal de Balsas”, que teve grande aceitação na Zona Sertaneja, com vasto e minucioso serviço telegráfico, que vinha de São Luís (MA) e do Rio de Janeiro (RJ).

Na Década de 1950, idealiza-se a criação do Ginásio Balsense, motivado como instituição de formação educacional e cultural, sobretudo aos menos afortunados.

Não era propriedade de ninguém, nem se destinava a formar patrimônio econômico, apenas com ideal de formação educacional e cultural. A partir daí, cria-se o primeiro estabelecimento de Ensino Médio na cidade de Balsas, e de toda região sertaneja, inteiramente gratuito.

Neste período, cria-se a Prelazia de Santo Antônio de Balsas, sob a experiência de evangelização na África e em Portugal, a ordem dos Combonianos, que em 1952, vindos do Rio de Janeiro, chegaram a Balsas no dia 12 de junho, véspera do padroeiro Santo Antônio, os primeiros padres: Rino Carlesi, Diogo Parodi, Mário Vian e o Irmão Sebastião Todesco, para início uma missão na vasta região sertaneja.

Em 1959, Monsenhor Diogo Parodi é nomeado pelo Papa João Paulo XXIII, Bispo da Prelazia de Balsas, tendo sua sagração no Rio de Janeiro.

Muito estimado pelo povo do sertão, pela sua decidida energia e obstinação em resolver os problemas que mais afligiam a população mais sofredora, constrói o Hospital São José de Balsas, Seminário São Pio X, a Escola Normal Dom Daniel Comboni, intensifica programas de obras sociais e assistenciais e lança, em Balsas, a pedra fundamental da Catedral Sagrado Coração de Jesus.



Colégio São Pio X - Marista de Balsas

Ponte de Madeira

O período que compreende de 1954 a 1958, no segundo ano de administração do Prefeito Dr. Roosevelt Moreira Cury, médico, muito conceituado à época, começa a ser construída a Ponte de Madeira, uma grande obra, que veio facilitar a vida dos moradores da Trizidela e das fazendas circunvizinhas. Foi inaugurada ainda no seu governo e entregue à população de Balsas e da Trizidela.


Ponte de Madeira - Balsas Maranhão

Imigração Gaúcha

Registra-se, na década de 1970, um grande fluxo de migrantes vindos de diversas partes do Brasil, na maioria do Rio de Grande do Sul (gaúchos).

Os primeiros migrantes localizaram-se na região da “Chapada dos Gerais de Balsas”, no extremo sul do município de Balsas, confrontando com o Estado do Goiás (doravante Tocantins).

Esse processo não contou com o apoio do então Governador do Estado do Goiás, Pedro Neiva de Santana, nem com o do Maranhão, Osvaldo Nunes Freire, que temendo processo de grilagem que se espalhava pelo Centro-Oeste, não deram acolhida ou qualquer outro tipo de apoio a esses migrantes.

Tal reação não impediu a vinda de mais e mais famílias que, por conta própria, foram adquirindo propriedades de terceiros através de entidades financeiras que aqui se fixaram.

Hoje, Balsas conta com um número expressivo de gaúchos. Vale salientar que um dos primeiros que aqui chegou, o senhor Leonardus Josephus Philipsen, juntamente com seus e seus filhos, muito contribuíram para o desenvolvimento da lavoura mecanizada na região.

Com a divulgação das terras férteis para o plantio da soja, além dos Gaúchos, Balsas também têm atraído outros migrantes vindos de várias partes do Brasil como: Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Pernambuco, Tocantins, Goiás, Piauí entre outros estados.

É notório encontrar-se ainda, pessoas descendentes de outros países, atraídos pelo progresso da agricultura nos cerrados do município de Balsas.



Lavoura de soja em Balsas Maranhão

Formação administrativa - Resumo

Elevado à categoria de vila com a denominação o de Santo Antônio de Balsas, pela lei estadual nº 15, de 07-10-1892, desmembrado de Riachão. Sede na vila de Santo Antônio de Balsas. Constituído do distrito sede instalado em 01-01-1893.

Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o distrito de Santo Antônio de Balsas, figura no município de Riachão.

Elevado à condição de cidade com a denominação de Santo Antônio de Balsas, pela lei estadual nº 775, de 22-03-1918. Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído do distrito sede.

Pelo decreto-lei nº 820, de 30-12-1943, o município de Santo Antônio de Balsas passou a denominar-se simplesmente Balsas.

Em divisão territorial datada de 1960, o município é constituído do distrito sede.

Alteração toponímica municipal

Santo Antônio de Balsas para Balsas, alterado pelo decreto-lei nº 820, de 30-12-1943.

Aniversário de Balsas Maranhão

Fontes:
*http://www.achetudoeregiao.com.br/ma/balsas/historia.htm
*http://recantodopoetabalsense.blogspot.com.br/p/conheca-balsas-ma.html
*http://www.cidades.ibge.gov.br/painel/historico.php codmun=210140&search=||infograficos:-historico&lang=

REALIZAÇÃO: DIÁRIO DE BALSAS

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