A piauiense e líder nacional do movimento das quebradeiras de coco babaçu, que sofreu uma tentativa de homicídio, deve ser incluída no programa de Proteção à Vida. Nesta quinta-feira (15), o movimento tentará agilizar o pedido junto ao Ministério da Justiça.
A tentativa de homicídio contra Francisca da Silva Nascimento (36 anos) aconteceu no início do mês, devido a conflitos por território e acesso a água no município de São João do Arraial (a 253 km de Teresina/PI). A vítima registrou um Boletim de Ocorrência na delegacia da região.
O atentado sofrido pela coordenadora geral do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB) seria um represália ao mutirão de limpeza de uma área, no município de São João do Arraial, que ocorre desde novembro do ano passado, para que mais de 20 comunidades tivessem acesso a água do açude Santa Rosa.
“Eu já perdi as contas do quanto fui ameaçada, mas no dia 3 de março, foi a primeira vez que tentaram me matar. Eu fui abordada por um casal. Estava em uma moto com a minha irmã, quando a mulher me abordou e começou a conversar, o marido dela veio por trás com uma ‘faca de cozinha’ e tentou me furar. Rapidamente, eu percebi, gritei e o empurrei. Minha irmã ‘arrancou com a moto’ e conseguimos sair de lá”, contou Francisca.
“A gente está na retomada de água, de um açude que foi arrombado há mais de dez anos. Eles tinham arrombado a represa da água e isso trouxe muitos prejuízos porque ficamos sem água para viver. Cortaram a parede que segurava a água para nós. Secaram o açude para que eles fizessem uma roça, plantar arroz, essas coisas. Estamos sofrendo por água”, comentou a quebradeira de coco.
Francisca Nascimento explicou que o movimento das quebradeiras, em parceria com outras entidades, busca retomar o açude para que mais de 300 famílias voltem a ter melhor acesso à água na região dos Cocais.
O movimento das quebradeiras de coco integra mais de 350 mil trabalhadores nos Estados do Maranhão, Pará, Piauí e Tocantins. Com o programa “Diálogos sobre territórios”, o movimento desperta na população o direito a terra, água, as fontes naturais e acesso livre aos babaçuais.
Com informações do portal Cidadeverde.com