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Maranhenses são os que vivem menos no Brasil
Estaduais
Publicado em 26/12/2017

Estado está em último na lista que mede expectativa de vida dos brasileiros

Por Jalila Arabi

Maranhão é o estado com o pior índice de expectativa de vida do País. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados na última semana, os maranhenses são os que vivem menos no Brasil. Em 2014, a expectativa de vida era de 70 anos. No ano seguinte, subiu para 70,3. Em 2016, foram acrescentados três meses, com 70,6 anos.

Na região Nordeste, o estado com a maior expectativa de vida é o Rio Grande do Norte, com 75,7 anos. Em seguida, vem Pernambuco, com 73,9 anos, e Ceará, com 73,8 anos.

Apesar do crescimento lento na expectativa de vida no Maranhão, a população de pessoas com 60 anos ou mais vem aumentando. Em 2014, eram 734 mil. Em 2016, o número pulou para 802 mil, o que corresponde a 2,4% da população total do estado. As mulheres são maioria, sendo 379 mil nessa faixa etária

Para especialistas, o aumento na expectativa de vida pode se tornar um problema se a situação previdenciária não for resolvida. “À medida que o País for envelhecendo, a tendência é que a situação [da previdência] se torne calamitosa. Realmente, o Governo Federal vai ter muita dificuldade em fechar suas contas”, prevê o pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (IBRE - FGV) Bruno Ottoni.

Previdência

No maranhão, os gastos com aposentados passaram de R$ 900 milhões em 2006 para R$ 2 bilhões no ano passado. No Brasil, a previsão, segundo o Tesouro Nacional, é que ultrapasse os R$ 181 bilhões em 2017. “Nossa previdência hoje consome uma quantidade absurda de recursos do Governo e nós ainda somos um País jovem”, afirma Bruno Ottoni. 

Segundo o pesquisador, o envelhecimento brasileiro está acelerado. “O que a França fez em 100 anos, e alguns outros países europeus também fizeram em muitos anos em termos de transição demográfica ou velocidade de envelhecimento, nós faremos em 20 anos. Então, daqui a 20 ou 30 anos, o Brasil vai ser um país relativamente velho”, projeta o pesquisador.

Ottoni defende uma reforma no sistema e a introdução de uma idade mínima para aposentadoria. Se aprovada, a reforma proposta pelo governo prevê 65 anos para os homens e 62 para as mulheres em até 20 anos. A previsão é de que o assunto entrasse em pauta ainda neste ano, mas o governo está em busca dos 308 votos favoráveis para a aprovação.

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