Júnior Nenzim, acusado de ser o assassino de seu pai, o ex-prefeito de Barra do Corda, Manoel Mariano de Sousa, o Nenzin, deixou há pouco a delegacia de Barra do Corda e está sendo transferido para São Luís onde será apresentado pelo secretário Jefferson Portela.
Em entrevista ao Jornal Pequeno, o secretário deu alguns detalhes sobre o primeiro depoimento de Júnior do Nenzim, ainda no início da semana.
Jefferson Portela disse ao JP que, ao contrário da versão contada por “Júnior”, o ex-prefeito foi morto dentro do carro, e não fora. Um terceiro vaqueiro, também do grupo de ladrões de gado de “Júnior do Nenzim”, é procurado pela polícia.
Jefferson Portela garantiu ao JP que o caso está elucidado. Maiores detalhes do caso devem ser apresentados pela polícia, nesta sexta (8). Para a polícia, foi próprio “Júnior” quem atirou no pai, dentro do carro, com um revólver calibre 38, ainda não apreendido.
Ao ser ouvido pela polícia, “Júnior do Nenzim” disse que o pai havia sido morto por dois pistoleiros que estavam numa moto. No entanto, o secretário de Segurança afirmou que não há dúvidas sobre a autoria, que, segundo Portela, “está comprovada pelo conjunto probatório de fartos indícios e exames periciais”.
Desde o início da investigação, a cúpula da Polícia Civil maranhense estranhou que os supostos pistoleiros não tivessem executado também o filho de “Nenzim”.
Sem a ajuda de imagens de câmeras ou de testemunhas que tivessem presenciado o assassinato, a polícia se deteve especialmente no depoimento de “Júnior do Nenzim”, que dirigia a picape Ranger ocupada pelo pai momentos antes de ser morto a tiros.
Segundo contou “Júnior do Nenzim” a dois delegados que o ouviram, ele e o pai, que se dirigiam a um encontro na casa de um advogado, trafegavam no perímetro urbano de Barra do Corda, quando “Nenzim” pediu para o filho parar o veículo, pois queria urinar. “Júnior” contou que quando o ex-prefeito estava urinando, com a cabeça baixa, surgiram dois homens numa moto, sendo que o “carona” sacou de uma arma de fogo e atingiu “Nenzim” na nuca. O único alvo foi “Nenzim” – “Júnior” não foi ferido.
O JP apurou que duas situações no relato de “Júnior do Nenzim” intrigaram a polícia: o fato de que “Júnior” não teria levado, imediatamente, o pai para ser socorrido na UPA (ele teria passado antes por dois locais) e o motivo pelo qual ele teria mandado lavar a picape, poucos momentos após o homicídio, antes de o veículo ser periciado pela Polícia Civil.