A mãe e o tio de Alanna tiveram que se ausentar do local onde ocorria o velório por conta de ameaças por parte da multidão; A casa onde o irmão de apenas quatro anos se encontra também sofreu com o vandalismo
pós o trágico desfecho do caso de Alanna Ludmila, que desapareceu e foi encontrada morta no quintal da própria casa, nesta sexta, 3, populares decidem fazer ‘justiça’ com as próprias mãos.
Durante o velório da menina de apenas 10 anos, na madrugada deste sábado, a mãe, Jaciane Borges Pereira, e seu irmão, tio de Alanna, Jefferson Borges Pereira, tiveram que se ausentar do local por conta de ameaças de linchamento e apedrejamento por parte da multidão.
O tio lamenta não poder estar presente nos últimos momentos de Alanna com a família. “Nós só pudemos ficar durante 20 minutos no velório, que foi quando a multidão se dispersou. Está sendo um pesadelo não poder estar ao lado da nossa menina”. As ameaças começaram assim que boatos circularam na internet, associando o tio ao principal suspeito de ter assassinado a menina, Robert Serejo Oliveira, ex-padrasto, que continua foragido.
Uma fotografia de Jefferson começou a ganhar repercussão no Facebook, confundindo o tio com o ex-padrasto. “Nós estamos correndo risco de vida por conta de uma informação errônea. Mas em contrapartida, eu também queria agradecer a quem contribuiu ajudando a divulgar a imagem do verdadeiro assassino. Mas eu apelo que não divulguem informações erradas. Eu sou um tio que lutou até o último minuto”, suplica Jefferson.
“Eu perdoo as pessoas que estão me julgando e julgando o meu irmão. Ele é como se fosse um pai pra ela. A divulgação dessas informações está me impedindo de passar os últimos minutos com a minha filha. Não use nada de má fé contra uma mãe que perdeu uma filha brutalmente”, responde a mãe. Desde o desaparecimento de Alanna, os boatos falsos têm se espalhado com rapidez.
Insegurança
Além de Alanna, Jaciane se preocupa com o filho de quatro anos que se encontra na casa dos avós, onde mais um ato de vandalismo foi registrado. “Meu filho teve que sair de casa porque estavam atirando pedras e tentando incendiar o local. Ele não tem culpa, não façam isso de novo. Eu estou sofrendo em dobro, porque a qualquer momento podem atingir ele”, conta a mãe, que esteve hospitalizada após o encontro do corpo da filha.
Entenda
Alanna Ludmila, de 10 anos, desapareceu na última quarta-feira, 1º, após a mãe sair para uma entrevista de emprego. Dois dias se passaram até a polícia encontrar a menina morta, no quintal da própria casa. Alanna apresentava sinais de violência sexual e asfixia.
O principal suspeito, o ex-companheiro de sua mãe, Robert Serejo Oliveira, continua foragido. A polícia segue com as investigações e não dispensa a hipótese do crime ter o envolvimento de outras pessoas.
Fonte: O Imparcial