O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou, nesta quarta-feira (26), o projeto de lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para trabalhadores que recebem até R$ 5 mil mensais. A medida, uma das principais promessas de campanha do petista, passa a valer em 1º de janeiro de 2026 e é apresentada pelo governo como um marco social e um dos pilares da estratégia de reeleição.
A cerimônia de assinatura ocorreu no Palácio do Planalto e reuniu figuras centrais do Congresso Nacional, como o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o senador Renan Calheiros (MDB-AL). Apesar de serem adversários históricos em Alagoas, ambos foram relatores do projeto em suas respectivas casas legislativas e tiveram participação decisiva na aprovação.


Como ficam as novas regras do IR
O texto aprovado estabelece isenção total para quem ganha até R$ 5 mil. Para rendas de até R$ 7.350, haverá descontos progressivos, numa tentativa de suavizar a cobrança e beneficiar também trabalhadores da classe média:
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Até R$ 5.500: desconto de 75% no imposto;
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Até R$ 6.000: desconto de 50%;
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Até R$ 6.500: desconto de 25%;
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A partir de R$ 7.350: manutenção da alíquota integral de 27,5%.
Com isso, o governo estima que 25 milhões de brasileiros serão diretamente impactados pela mudança.
Quanto cada contribuinte vai economizar
Segundo o Ministério da Fazenda, quem passa a ser isento poderá economizar até R$ 4.356 por ano, alívio significativo em meio ao aumento do custo de vida. Já os contribuintes nas faixas intermediárias devem poupar entre R$ 1.300 e R$ 3.300, dependendo da renda.
Para compensar a perda na arrecadação federal, o governo incluiu no texto a taxação de 10% sobre os chamados “super-ricos” – pessoas com ganhos anuais acima de R$ 600 mil.
Impacto político
A ampliação da faixa de isenção é vista pelo Planalto como um trunfo eleitoral de Lula, que busca reforçar a imagem de governo voltado às classes trabalhadoras. A medida destrava uma promessa feita ainda na campanha de 2022, quando o presidente se comprometeu a “recolocar o pobre no orçamento e o rico no Imposto de Renda”.
Com a sanção, o governo agora aposta na divulgação do impacto direto na renda das famílias para fortalecer sua base de apoio às vésperas de 2026.