Trio havia sido preso pela Polícia Federal em São Luís com R$ 500 mil em espécie; investigação apura esquema de lavagem de dinheiro e corrupção
A Justiça do Maranhão concedeu liberdade provisória aos três suspeitos presos pela Polícia Federal (PF) sob acusação de envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos provenientes de emendas parlamentares estaduais.
A decisão foi proferida pelo juiz Luís Carlos Dutra, do Plantão Criminal de 1º Grau de São Luís, após audiência de custódia realizada neste sábado (18).


Foram beneficiados pela decisão:
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Larissa Rezende Santos, assessora da deputada estadual Andreia Rezende (PSB);
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Maria José de Lima Soares, presidente do tradicional Boi de Maracanã e representante da Banzeiro Grande Produções LTDA;
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Ivan Jorge da Piedade Madeira, presidente da Companhia de Cultura Popular Catarina Mina.
Prisão e flagrante
O trio foi preso em flagrante na sexta-feira (17), em uma agência do Banco do Brasil, localizada no Centro de São Luís, nas proximidades do Palácio dos Leões.
De acordo com a Polícia Federal, os suspeitos foram abordados logo após sacar R$ 500 mil em espécie, valor proveniente de emendas parlamentares estaduais destinadas à Companhia Catarina Mina, presidida por Ivan Madeira.
O dinheiro, segundo a PF, deveria ser utilizado na execução de projetos culturais e sociais financiados pela Secretaria de Cultura do Maranhão (SECMA).
Durante a ação, o valor foi encontrado dividido:
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R$ 400 mil estavam em uma mochila com Larissa Rezende;
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R$ 19,3 mil foram apreendidos com Maria José de Lima Soares;
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R$ 50 mil estavam em posse de Ivan Madeira.
A Polícia Federal aponta que o esquema envolvia o saque dos recursos e posterior redistribuição entre os participantes, com parte do dinheiro retornando a parlamentares e outras parcelas sendo destinadas a comissões e impostos.
⚖️ Investigações seguem
As apurações estão sendo conduzidas pela Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários (Delefaz/PF), que investiga o possível desvio de mais de R$ 2 milhões em recursos públicos.
Os valores, segundo a PF, teriam origem em repasses da SECMA por meio de emendas parlamentares destinadas a entidades culturais.
Documentos e depoimentos citados nos autos mencionam as deputadas estaduais Helena Duailibe, Andreia Rezende e Cláudia Coutinho (licenciada), em associação a emendas vinculadas às instituições investigadas.
Até o momento, nenhuma das parlamentares foi formalmente investigada pela Polícia Federal.