O Partido Progressistas (PP) anunciou nesta terça-feira (8) o afastamento do ministro do Esporte, André Fufuca, de todas as decisões internas da legenda e a intervenção no diretório estadual do Maranhão, até então comandado por ele. A decisão foi confirmada pelo presidente nacional do partido, Ciro Nogueira, após Fufuca descumprir a orientação de se desligar do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em nota, a direção nacional do PP reforçou que o partido “não faz e não fará parte do atual governo”, classificando a permanência do ministro como “incompatível com as deliberações partidárias”. O comando nacional havia dado prazo até o início desta semana para que Fufuca deixasse a Esplanada, mas o maranhense resistiu às pressões, justificando sua permanência como um compromisso com os programas sociais e esportivos desenvolvidos pela pasta.


A punição retira de Fufuca o controle do PP no Maranhão, estado onde o ministro exercia forte influência política e articulava alianças regionais. A executiva nacional deve agora nomear uma nova comissão provisória para reorganizar o partido no estado. Segundo fontes ligadas ao diretório nacional, a medida visa “recolocar o PP em sintonia com a orientação nacional e reafirmar sua independência em relação ao governo federal”.
Nos bastidores, aliados de Fufuca enxergam o afastamento como uma retaliação política. O ministro, no entanto, tem estreitado laços com o Palácio do Planalto e chegou a afirmar recentemente que “errou ao apoiar Jair Bolsonaro em 2022”, em gesto de aproximação com o presidente Lula.
Apesar do impasse com o partido, André Fufuca deve permanecer à frente do Ministério do Esporte, onde ainda conta com apoio de parte da base governista e respaldo do Planalto.