São Paulo – A Polícia Civil prendeu dois suspeitos e apreendeu cerca de 50 mil garrafas de bebidas adulteradas durante operações realizadas nesta terça-feira (30/9) no estado de São Paulo. A ação ocorre em meio ao avanço dos casos de intoxicação por metanol, substância altamente tóxica que já provocou duas mortes confirmadas e levantou suspeitas sobre outras três.
De acordo com o governo paulista, cinco inquéritos policiais foram abertos e um gabinete de crise foi instalado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) após reunião técnica no Palácio dos Bandeirantes. “É fundamental fazer o fechamento cautelar de todos os estabelecimentos em que tivemos ocorrência. A prioridade é a segurança do cidadão”, afirmou o governador, ao anunciar a interdição temporária de locais suspeitos de comercializar bebidas adulteradas.
Além das 50 mil garrafas, os agentes também encontraram 15 milhões de selos falsificados, que seriam usados para dar aparência legal às bebidas. Pelo menos quatro distribuidoras já foram identificadas como suspeitas. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), não há indícios de participação do PCC nos crimes; a principal hipótese é de atuação de quadrilhas independentes, já que não havia registro anterior de uso de metanol na adulteração.
Até o momento, o estado confirma sete casos de intoxicação por metanol, com outros 15 sob investigação. Das cinco mortes notificadas, uma foi confirmada na capital, enquanto três em São Paulo e uma em São Bernardo do Campo seguem em análise.
Alerta aos profissionais de saúde
A Secretaria de Saúde emitiu um alerta para que médicos e serviços hospitalares fiquem atentos a sintomas relacionados à ingestão de metanol, que podem surgir entre 6 e 24 horas após o consumo. Os sinais incluem:
- Sonolência, tontura e dor abdominal
- Náuseas, vômitos e confusão mental
- Taquicardia, visão turva e sensibilidade à luz
- Convulsões e acidose metabólica
Nos casos mais graves, o metanol pode causar cegueira irreversível, insuficiência renal, comprometimento neurológico e até a morte.
O governo paulista orienta que pacientes com quadro clínico incomum após ingestão de bebidas alcoólicas sejam avaliados imediatamente, com realização de exames laboratoriais e acompanhamento oftalmológico.
Enquanto as investigações avançam, a recomendação é que consumidores redobrem a atenção na compra de bebidas, adquirindo apenas em estabelecimentos confiáveis e verificando rótulos e selos de autenticidade.
