O assassinato do vereador Thiciano Ribeiro (PL) e da comandante da Guarda Civil Municipal de Parnaíba, Penélope Brito, ocorrido na manhã da última quarta-feira (27), no Centro de Teresina, continua repercutindo em todo o Piauí. O principal suspeito do crime, o guarda Francisco Fernando de Oliveira Castro, de 35 anos, está preso preventivamente e a defesa nega que o ato tenha sido premeditado.

O advogado Marcos Vinícius Brito, que representa o acusado, afirmou em entrevista à TV Antena 10 nesta quinta-feira (28) que Francisco teria agido sob forte abalo emocional após descobrir uma suposta traição.

“Ele estava há muito tempo sem se alimentar e sem dormir desde que descobriu a traição. Achava que a separação tinha sido uma dissolução conjugal comum, mas não sabia da existência do vereador”, disse o advogado.

Segundo a defesa, Francisco e Penélope estavam separados há cinco meses, mas o suspeito teria descoberto recentemente que a ex-companheira mantinha um relacionamento com o vereador desde as últimas eleições. O advogado também contestou a versão da polícia sobre o arsenal de armas apreendido em uma residência ligada ao acusado em Parnaíba.

Polícia aponta crime passional e premeditado

Já a Polícia Civil do Piauí afirma que o crime foi planejado. De acordo com o delegado Anchieta Nery, Francisco saiu de Parnaíba por volta das 00h30 de quarta-feira (27) com a intenção de executar o casal. O duplo homicídio aconteceu por volta das 9h, nas proximidades de um hospital particular no Centro de Teresina.

“Trata-se de um crime passional. Ele saiu de Parnaíba na madrugada já com o intuito de praticar o crime. A vítima era sua ex-esposa e, ao final, podemos ter a configuração de feminicídio”, explicou o delegado.

Após os disparos, Francisco teria passado na casa de familiares para se despedir e confessou o crime a parentes, que o aconselharam a se entregar. Poucas horas depois, ele foi localizado e preso pela polícia ainda dentro do veículo usado na ação.

Caso chocou o estado

O crime envolvendo duas figuras públicas – um vereador em exercício e uma comandante da GCM – gerou grande comoção em todo o Piauí. Enquanto a defesa sustenta a tese de desequilíbrio emocional e ausência de premeditação, as autoridades policiais apontam planejamento e motivação passional.

O inquérito segue em andamento e deve reunir novos elementos para esclarecer todos os detalhes do duplo homicídio.