A Justiça Eleitoral cassou, nesta sexta-feira (22), os mandatos do prefeito de Nova Olinda do Maranhão, Ary Menezes (PP), e do vice, Ronildo da Farmácia (MDB), após a comprovação de compra de votos nas eleições de 2024.
A decisão atendeu a uma ação movida por Thaymara Amorim (PL), que perdeu a disputa por apenas dois votos de diferença. Com cerca de 14 mil habitantes, o município protagonizou a eleição mais acirrada do país no último pleito.
Com a cassação, novas eleições deverão ser realizadas em data a ser definida pela Justiça Eleitoral. Até lá, o comando do município ficará sob responsabilidade do presidente da Câmara de Vereadores.


Decisão judicial
Segundo a juíza Patrícia Bastos de Carvalho Correia, da 80ª Zona Eleitoral, em Santa Luzia do Paruá, a campanha de Ary Menezes foi marcada por práticas ilícitas, como oferta de dinheiro, materiais de construção e promessas de emprego em troca de votos.
A magistrada destacou que a diferença de apenas dois votos foi crucial para comprovar a influência das irregularidades no resultado final, configurando abuso de poder econômico e violação da liberdade do voto.
Prisão e investigação
O prefeito cassado chegou a ser preso em dezembro de 2024 durante a Operação Cangaço Eleitoral, da Polícia Federal. Na ocasião, era considerado foragido por crimes de compra de votos, aliciamento, intimidação e ameaça a eleitores. Após se entregar, cumpriu três dias de prisão temporária e foi liberado, aguardando o julgamento.
A operação foi deflagrada após denúncia exibida no programa Fantástico, da TV Globo, em outubro de 2024. Na reportagem, um eleitor relatou ter vendido o voto em troca de telhas, sacos de cimento e madeira, além de sofrer ameaças.