Uma megaoperação coordenada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado do Tocantins (FICCO/TO) foi deflagrada nesta quinta-feira (29) em seis estados brasileiros, com o objetivo de desarticular uma facção criminosa envolvida no tráfico aéreo de drogas e lavagem de dinheiro. Batizada de Operação Serras Gerais, a ofensiva mobilizou cerca de 200 agentes de segurança e resultou no cumprimento de 35 mandados de busca e apreensão e 15 de prisão temporária
A ação ocorreu simultaneamente em cidades do Tocantins — entre elas Palmas, Almas, Dianópolis e Formoso do Araguaia — e se estendeu aos estados de Goiás, Bahia, Maranhão, Pará e São Paulo. Os alvos incluíam centros estratégicos como Goiânia, São Paulo, Luís Eduardo Magalhães, Imperatriz e Itaituba.
As investigações, iniciadas em 2024, apontam que a organização criminosa movimentou aproximadamente R$ 70 milhões em apenas oito meses, utilizando uma rede de empresas, algumas de fachada, inclusive construtoras, para lavar o dinheiro do tráfico. Parte do esquema passava pela região das Serras Gerais, uma área de conexão entre Tocantins, Bahia e Goiás — considerada estratégica para o transporte das drogas.


Além da estrutura logística, o braço financeiro da facção chamou a atenção dos investigadores. Uma instituição financeira, já identificada em operações anteriores como "banco paralelo" de outra facção paulista, teria recebido valores milionários de empresas ligadas ao grupo criminoso com base em Goiás e ramificações no Tocantins.
A Justiça também determinou o bloqueio e sequestro de bens de 35 pessoas físicas e jurídicas, num montante que ultrapassa R$ 64 milhões. Entre os bens apreendidos estão fazendas utilizadas como pontos logísticos, caminhões, carretas, veículos de luxo, aeronaves e embarcações.
A FICCO/TO — formada por agentes da Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Militar e Polícia Penal do Tocantins — informou que o objetivo principal da operação é desmantelar não apenas o transporte de entorpecentes, mas também o suporte financeiro da organização criminosa.
Até a última atualização desta reportagem, os nomes dos investigados não haviam sido divulgados. A investigação continua em andamento, e a defesa dos envolvidos ainda não se pronunciou.