Offline
Justiça Maranhense Sob Críticas: Caso de Violência Doméstica e Disputa de Guarda Escandaliza o Estado
Justiça do Maranhão entrega guarda de filha de apenas dois anos a pai acusado de violência doméstica e abusos psicológicos contra ex-companheira.
Por Henrique Sampaio
Publicado em 20/03/2025 15:40
Locais

Após o escândalo da compra dos 50 iPhones 16 Pro Max por R$ 573 mil, cancelada após grande repercussão, o Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA) volta a ser destaque negativo, desta vez por um caso alarmante de violência doméstica e judicial.O Mês da Mulher no Maranhão iniciou-se com promessas institucionais, como o projeto “Dire Apoia”, voltado à segurança e bem-estar das mulheres no trabalho. No entanto, enquanto discursos otimistas eram feitos, os números de feminicídios e abusos cresciam de forma assustadora no estado.

No epicentro desse caos, a engenheira elétrica Paula Thereza Portela Gewehr luta contra um sistema que deveria protegê-la. Ex-mulher de João Felipe M. Demito, filho do ex-prefeito de Balsas, Jonas Demiro, Paula sofreu anos de abusos físicos e psicológicos. Desde o isolamento imposto pelo ex-companheiro até a pressão para engravidar, sua história escancara a realidade de muitas mulheres.

“Ele trocou meu chip, proibiu academia, amigos, até batom vermelho. Dizia que tudo era coisa de ‘rapariga’”, conta Paula. A presença da filha Aurora, nascida em 2022 nos EUA, trouxe nova esperança, mas também mais controle por parte do ex-marido. A escolha forçada pelo parto normal, a recusa de atendimento por médicos homens e o medo de que Aurora seja levada do país sem seu consentimento são algumas das marcas deixadas por essa relação.

Em dezembro de 2024, um juiz de Balsas concedeu a guarda unilateral de Aurora ao pai, restringindo o contato de Paula a chamadas e visitas limitadas. A decisão, tomada sem estudo psicosocial, revoltou especialistas e ativistas. “Nunca impedi o contato dele com nossa filha, mas agora me afastam dela injustamente”, desabafa.

Com apoio jurídico, Paula obteve uma liminar em São Luís suspendendo a decisão de Balsas, mas a batalha está longe de terminar. Hoje, 19 de março de 2025, seu agravo está em julgamento no TJ-MA. “A justiça não é igual para todos. Luto por minha filha e por todas as mães que enfrentam isso”, conclui Paula.

Enquanto o Maranhão ostenta projetos de apoio às mulheres, a realidade é brutal: violência e injustiça seguem impunes. O caso de Paula simboliza um grito por mudança e pelo direito das mulheres de viverem sem medo.

Asssita o depoimento da Paula CLIQUE AQUI

Comentários
Comentário enviado com sucesso!