A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou nesta segunda-feira (18) o ex-presidente Jair Bolsonaro pela tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A acusação, que agora será analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), pode tornar Bolsonaro réu em um processo penal.
A denúncia tem como base o relatório da Polícia Federal (PF), que em novembro de 2024 concluiu pelo indiciamento de Bolsonaro e de outras 36 pessoas. Entre os acusados, destacam-se nomes de grande relevância no governo do ex-presidente, como:
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General Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro em 2022;
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Tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator no caso;
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General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
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Alexandre Ramagem (PL-RJ), deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
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Valdemar da Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL), sigla de Bolsonaro.


Em dezembro de 2024, um relatório complementar da Polícia Federal ampliou o número de indiciados para 40 pessoas, aprofundando as investigações sobre a suposta tentativa de golpe.
Além deste caso, Jair Bolsonaro também enfrenta outras duas investigações criminais conduzidas pela Polícia Federal. A primeira envolve o suposto desvio e venda ilegal de joias sauditas recebidas durante seu governo. A segunda trata da adulteração de dados no cartão de vacinação, prática que teria sido utilizada para burlar regras sanitárias durante a pandemia de Covid-19.
Caso o STF aceite a denúncia da PGR, Bolsonaro passará a responder formalmente como réu, abrindo um novo capítulo na crise política que se instaurou desde sua saída do Palácio do Planalto. A decisão do Supremo será um marco para os desdobramentos da investigação e poderá definir o futuro político do ex-presidente e de seus aliados.