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Ney Latorraca, Ator Icônico de 'Vamp' e 'TV Pirata', Morre aos 80 Anos no Rio
Publicado em 26/12/2024 08:01
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O ator e diretor Ney Latorraca faleceu nesta quinta-feira (26), aos 80 anos, no Rio de Janeiro. Ele estava internado desde o dia 20 de dezembro na Clínica São Vicente, na Gávea, devido ao agravamento de um câncer de próstata. A causa da morte foi sepse pulmonar.

Diagnosticado com câncer em 2019, Ney passou por uma cirurgia para a retirada da próstata. No entanto, a doença retornou em agosto deste ano, já com metástase, marcando o início de uma luta intensa que culminou em sua hospitalização recente.

Carreira Brilhante e Versátil

Nascido em Santos (SP) em 25 de julho de 1944, Ney Latorraca era filho de artistas — Alfredo, cantor e crooner, e Tomaza, corista. Desde cedo, demonstrou talento para as artes, estreando no teatro em 1964, aos 19 anos, com a peça “Pluft, o fantasminha”. A partir daí, sua trajetória foi marcada por momentos memoráveis no teatro, cinema e televisão.

Ney estreou na TV em 1969, no programa “Super Plá”, na TV Tupi. Em 1975, ingressou na Rede Globo com a novela “Escalada” e, desde então, protagonizou papéis icônicos. Entre eles, destacam-se o vampiro Vlad, da novela “Vamp” (1991), e Barbosa, no humorístico “TV Pirata” (1988). Versátil, Ney também deu vida a personagens como Ernesto Gattai, em “Anarquistas, Graças a Deus” (1984), e o travesti Anabela, em “Um Sonho a Mais” (1985), onde interpretou seis papéis diferentes.

Com Vera Fischer, protagonizou a primeira cena de estupro em uma novela das oito, em “Coração Alado” (1980). Ney também brilhou em “Estúpido Cupido” (1976-1977), como Mederiquis, líder de uma banda de rock e fã de Elvis Presley.

Legado e Reconhecimento

Com uma carreira que inclui 18 novelas, seis minisséries, oito seriados, 23 longa-metragens e 13 peças de teatro, Ney Latorraca deixou um legado único nas artes cênicas brasileiras. Sua última participação na televisão foi no seriado “A Grande Família”, em 2011. No teatro, destacou-se ao lado de Marco Nanini na peça “O Mistério de Irma Vap”, que ficou 11 anos em cartaz e entrou para o Guinness Book como a peça com mais tempo em exibição.

Em depoimento ao Memória Globo, Ney refletiu sobre sua trajetória: “Ator já nasce ator. Aprendi desde pequeno que precisava representar para sobreviver. Sempre fui uma criança diferente, mas para mim, estar no lucro é viver de arte”.

Sua partida deixa uma lacuna irreparável na cultura brasileira, mas sua obra permanecerá como inspiração para gerações futuras.

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