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PF conclui inquérito sobre tentativa de golpe em 2022 e indica Jair Bolsonaro entre os acusados
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Publicado em 21/11/2024

A Polícia Federal (PF) finalizou o inquérito que investigava a tentativa de golpe contra o Estado Democrático de Direito ocorrida em 2022. Entre os indiciados está o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acusado de envolvimento na idealização do plano golpista. Ao todo, 37 pessoas foram indiciadas pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

A investigação, que ganhou destaque ao longo de 2023 e 2024, também inclui eventos como os ataques de 8 de janeiro deste ano, que resultaram na invasão e depredação de prédios dos Três Poderes, e conspirações golpistas descobertas durante e após as eleições presidenciais de 2022. O inquérito ainda trouxe à tona novas evidências que levaram à prisão de quatro militares de alta patente do Exército na última terça-feira (19/11).

Histórico de indiciamentos de Bolsonaro

Este não é o primeiro inquérito em que Jair Bolsonaro aparece como indiciado. O ex-presidente já responde por outros dois casos conduzidos pela Polícia Federal: um relacionado à falsificação de cartões de vacinação contra a Covid-19 e outro envolvendo a venda irregular de joias recebidas como presente durante seu governo. Esses casos colocam em xeque a conduta do ex-mandatário, que acumula acusações desde o fim de seu mandato.

Relatório final e encaminhamento ao STF

Com mais de 700 páginas, o relatório final da PF reúne provas, depoimentos e análises que sustentam as acusações contra os envolvidos. O documento será encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do inquérito. Moraes, que vem sendo uma figura central no combate aos atos antidemocráticos, será responsável por decidir os próximos passos no âmbito judicial.

A conclusão do inquérito representa um marco no combate a ações que ameaçam o Estado Democrático de Direito no Brasil. A tramitação no STF será acompanhada de perto, uma vez que envolve figuras de alta relevância política e militar, além de desdobramentos sobre a estabilidade das instituições democráticas do país.

Repercussões

A defesa de Jair Bolsonaro ainda não se pronunciou sobre o caso, mas aliados do ex-presidente têm reiterado que as acusações fazem parte de uma suposta perseguição política. Por outro lado, especialistas jurídicos apontam que o avanço dessas investigações reforça a autonomia das instituições brasileiras e a importância da responsabilização de atos que atentam contra a democracia.

Enquanto isso, o país aguarda os próximos capítulos desse caso que já é considerado um dos mais emblemáticos da história política brasileira recente.

 
 
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