O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (8) um suplemento do Censo 2022, que revela dados preocupantes sobre as condições de habitação no Brasil. De acordo com o levantamento, 16,390 milhões de brasileiros vivem em favelas e comunidades urbanas, o que representa 8,1% da população total do país, que é de 203 milhões de habitantes. Em outras palavras, de cada 100 brasileiros, oito vivem nessas áreas.

Os dados mostram que as favelas são uma realidade presente em 656 municípios, totalizando 12.348 comunidades. Esse levantamento detalhado oferece uma nova perspectiva sobre a composição demográfica desses locais, evidenciando desigualdades e características específicas da população.

Composição Étnica nas Favelas

Uma das conclusões mais relevantes da pesquisa é a diferença na composição racial entre as favelas e o restante do país. No Brasil, 45,3% da população se identifica como parda, e 10,2% como preta, totalizando 55,5%. No entanto, nas favelas, a proporção de pretos e pardos é significativamente maior, atingindo 72,9%, com 56,8% de pardos e 16,1% de pretos. Isso revela um quadro onde as desigualdades raciais e sociais se sobrepõem, destacando a concentração de grupos racializados em áreas de maior vulnerabilidade socioeconômica.

A Maior Favela do Brasil: Rocinha

A comunidade da Rocinha, localizada na zona sul do Rio de Janeiro, segue como a maior favela do país em número de habitantes, com mais de 72 mil pessoas. O número de domicílios na Rocinha também impressiona, ultrapassando os 30 mil, reforçando seu papel central nas discussões sobre urbanização e políticas públicas no Brasil.

Coroadinho: A Sexta Maior Favela do País

No Maranhão, a comunidade do Coroadinho, em São Luís, figura como a sexta maior favela do país. Essa presença reflete a expansão de áreas urbanas precarizadas em todas as regiões do Brasil, e não apenas nas metrópoles mais conhecidas.

Os dados apresentados pelo Censo 2022 não são apenas números; são um chamado à ação para que políticas públicas eficazes sejam implementadas, visando reduzir as desigualdades e melhorar as condições de vida dessas milhões de pessoas. A análise do perfil das favelas, como a predominância de população preta e parda e os desafios estruturais enfrentados, serve de alerta para governos e sociedade civil na busca por soluções inclusivas e duradouras.