Na última terça-feira, 17 de setembro de 2024, o estado do Maranhão contabilizou mais dois casos de feminicídio, elevando para 51 o número de mulheres assassinadas no ano. Os crimes ocorreram nas cidades de Araguanã e Paulo Ramos, reforçando uma estatística alarmante que supera o total de casos registrados em 2023.
Em Araguanã, a 247 km de São Luís, Maria de Jesus Sousa Nunes, de 50 anos, foi morta a tiros na porta de casa pelo ex-companheiro Valfredo de Sales da Rocha, de 45 anos. O crime ocorreu após dois meses da separação do casal, que, segundo a Polícia Civil do Maranhão (PC-MA), motivou a ação por parte do agressor, inconformado com o término. Após assassinar Maria de Jesus, Valfredo foi morto por uma terceira pessoa que presenciou o crime. A identidade desse indivíduo ainda não foi confirmada pelas autoridades, que seguem investigando o caso por meio da 8ª Delegacia Regional de Zé Doca.
No mesmo dia, na cidade de Paulo Ramos, a 317 km da capital, Dayane Leão dos Santos Sousa, de 35 anos, foi esfaqueada até a morte pelo ex-companheiro José Gomes de Menezes Neto, de 36 anos. O agressor foi capturado na cidade vizinha de Vitorino Freire, onde tentou suicídio e se encontra sob custódia no Hospital Regional Laura Vasconcelos, em Bacabal.
O avanço alarmante dos feminicídios
Com esses novos casos, o Maranhão ultrapassou os números de 2023, quando foram contabilizados 50 feminicídios em todo o ano. O aumento expressivo em 2024 acendeu um alerta nas autoridades de segurança do estado, uma vez que os dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP-MA) apontam um crescimento preocupante nas mortes de mulheres, motivadas, em sua maioria, por ciúmes e pela não aceitação do fim de relacionamentos.
A maior parte dos crimes foi praticada por maridos, namorados ou ex-companheiros das vítimas, destacando a necessidade urgente de políticas públicas e medidas de proteção mais eficazes para combater a violência de gênero.
PUBLICIDADE:
Casos recentes agravam a crise de segurança para mulheres
Além das mortes de Maria de Jesus e Dayane, outros feminicídios recentes agravaram o cenário de violência no estado. No dia 13 de setembro, Maria Isabel Costa e Silva, de 51 anos, faleceu após ter o corpo incendiado em Caxias, supostamente pelo marido, que foi preso em flagrante. Já no dia 12, em Imperatriz, Francisca Helena Maria da Silva Xavier, de 57 anos, foi morta a facadas pelo marido, Raimundo Nonato das Chagas Xavier, que não aceitava que a esposa voltasse a beber e frequentasse bares.
Esses casos trágicos, que chocam pela brutalidade, ilustram a gravidade do feminicídio no Maranhão e revelam o quão urgente é a adoção de estratégias preventivas e punitivas que protejam as mulheres e interrompam o ciclo de violência.
FONTE: GILBERTO LIMA