O Ministério Público do Maranhão, através do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), deflagrou na manhã desta quarta-feira, 17 de julho, a operação Rei do Gado. A ação visa desarticular uma organização criminosa envolvida na venda fraudulenta de gado e sonegação fiscal, cujas práticas ilegais movimentaram cerca de R$ 1,4 bilhão. A operação também ocorreu em Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Tocantins e no Distrito Federal.
A operação conta com a participação do Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal (GAESF), da Coordenadoria de Assuntos Estratégicos e Inteligência (Caei), além dos Gaecos de outros estados. Participam também a Receita Federal, a Secretaria de Fazenda do Maranhão, a Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged), a Polícia Rodoviária Federal (PRF), e as polícias Militar de Minas Gerais e São Paulo.
Os investigados incluem servidores públicos e pessoas físicas e jurídicas, com envolvimento direto ou indireto nos crimes. A Vara Especial Colegiada dos Crimes Organizados de São Luís determinou a suspensão das funções públicas de servidores, a paralisação das atividades de empresas envolvidas, além do bloqueio de contas e apreensão de bens de luxo.
As investigações, conduzidas pelo Gaeco e pela 3ª Promotoria de Justiça Regional de Defesa das Ordens Tributária e Econômica do Estado do Maranhão, descobriram a inserção de dados falsos nos sistemas de controle sobre o quantitativo, idade e vacinas dos animais. O grupo criminoso emitiu notas fiscais e Guias de Trânsito Animal com informações falsas, simulando a criação e venda de quase 500 mil bovinos em propriedades rurais inexistentes ou incapazes de suportar tal número de animais.